No 2º turno, eleitor vota contra o candidato que mais rejeita

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A pesquisa Ibope mostrou que Dilma Rousseff (PT) ampliou para nove pontos percentuais a vantagem sobre Marina Silva (PSB) no primeiro turno. O placar é 38% a 29%. Aécio Neves (PSDB) obteve 19% das intenções de voto.

O resultado é ruim para Aécio. Mesmo tendo esboçado uma reação, ela não foi suficiente para que voltasse a ser competitivo. O tucano retorna ao mesmo patamar que tinha antes de Marina entrar na disputa. Parece estar recuperando um eleitor que já era dele e está voltando após o bombardeio do PT e do PSDB contra a candidata do PSB. Apenas um milagre político poderia levar Aécio ao segundo turno.

Para Marina, os números são razoáveis. Ela tem dez pontos percentuais de vantagem sobre Aécio. É uma margem confortável para ir ao segundo turno. No entanto, a ex-senadora saiu ferida do tiroteio quem vem sofrendo do PT e do PSDB, que já dura três semanas. Desde o início de setembro, ela caiu de 33% para 29%. Foram quatro pontos perdidos. É ruim, mas também mostra certa capacidade de resistência.

A pesquisa é boa para Dilma. A presidente conseguiu leve melhora na intenção de voto e na avaliação do governo. Seu cacife político aumentou. Isso dá ânimo para que ela vá ao segundo turno numa situação em que Marina não será mais tão ameaçadora quanto era no começo de setembro.

No primeiro turno, o eleitor tende a votar em quem ele realmente quer ver eleito. Já no segundo, vota contra quem ele não quer que vença. É um voto contra o candidato que mais rejeita.

Com a campanha negativa, Dilma Rousseff conseguiu tirar a diferença de nove pontos percentuais que Marina Silva tinha sobre ela até o final do mês de agosto na simulação de segundo turno do Ibope. A sequência de levantamentos mostra que Marina caiu de 45% para 41%. Dilma subiu de 36% para 41% nas simulações de segundo turno. As duas candidatas estão rigorosamente empatadas.

O PT soube aproveitar a vantagem do tempo maior de propaganda no rádio e na TV, atacando as contradições e recuos de Marina. Pode ter passado do ponto algumas vezes, como ao comparar Marina a Fernando Collor e Jânio Quadros, mas soube reagir.

No segundo turno, com tempos iguais para as duas campanhas, será possível ver os desdobramentos desse embate.

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