2014: Com Cássio e sem Cássio

Paulo Santos

O ano de 2013 será preparatório para as eleições gerais de 2014 e, pelo menos a preço de agora, o próximo período pode ser visto com cenários. O primeiro tendo o senador Cássio Cunha Lima como candidato a governador. O outro, é óbvio, tem que ser analisado sem Cássio na disputa.

A presença – ou não – de Cássio na briga pelo Palácio da Redenção reveste-se de colossal importância por vários motivos, incluindo o fato de que um dos rivais do seu esquema político tem o bunker montado em Campina Grande – pode ser o ex-prefeito Veneziano Vital ou o senador Vital do Rego Filho, ambos do PMDB.

Evidente que Cássio não tomará a decisão de candidatar-se – ou não – simplesmente pelo fato de ter outro filho de Campina Grande na disputa. Não é assim que a política funciona, muito menos em relação a quem está acostumado com as lides eleitorais como é o caso do líder tucano.

É praticamente impossível afirmar-se, com relativa certeza, se CCL será – ou não – até que sejam tiradas todas as dúvidas em relação ao seu purgatório jurídico em função da lei da ficha limpa que, em tese, ele terá ultrapassado todos os prazos das penas e estaria apto á disputa poucos dias antes das eleições. Também não se sabe se a palavra final seria do TRE, do TSE ou do STF.

Outro aspecto interessante se Cássio quiser se debruçar sobre a perspectiva da candidatura é que, medindo e pesando os demais políticos, ele praticamente não teria trabalho em chegar ao Palácio da Redenção. Até porque seu principal concorrente, em matéria de votos (o atual presidente do PMDB paraibano e ex-governador José Maranhão) é praticamente carta fora do baralho para lutar pelo mais alto posto político-administrativo.

Seu outro concorrente, em tese, seria o atual governador Ricardo Coutinho. Cássio tem dito e reiterado que “dança conforme a música” de RC, dando margem a interpretações dúbias sobre o que isso realmente deve significar. E também já confessou que não é um bom dançarino. Isso amplia o sentido de ambiguidade da declaração.

Também não se sabe como o resto do Estado se comportaria diante de um quadro eleitoral que tivesse dois nomes de Campina Grande na refrega, com o governador Ricardo Coutinho candidato à reeleição. Até onde a vista alcança nunca se viu um quadro idêntico a esse que se desenha.

Caso o senador tucano não leve adiante a ideia de candidatar-se ao Governo o que salta aos olhos é a manutenção da aliança com o governador Ricardo Coutinho. Cássio deu sinais de que algumas atitudes do atual Governo o incomodaram ou a outros aliados, mas nada que chegasse à fratura exposta.

O risco que corre o pau corre o machado. Assim como fez uma aliança em 2010 para não dar chances de manutenção do poder ao PMDB, Cássio agora pode dar nova guinada em direção a outro candidato. As pesquisas de opinião pública para consumo interno lhe darão o GPS sobre o caminho a seguir.

É indiscutível que outras alegações se levantam à medida em que 2014 se aproxima. O PSDB terá candidato à Presidência da República – o também senador Aécio Neves – e não há nenhuma estrela no céu indicando que o PSB de Eduardo Campos/Ricardo Coutinho chegará em 5 de outubro de 2014 atrelado ao ninho tucano.

Candidato a governador, não correria riscos de ficar sem mandato caso a empreitada não desse certo, porque ainda teria quatro anos a cumprir no Senado, mas a derrota jamais seria cogitada. Só entrará com a certeza de que ganha a eleição e é isso o que tira o sono dos seus adversários e de eventuais aliados.