Desenvolvimento

Zona Franca do Semiárido: desafios e oportunidades

Não é coisa nova, quem já não ouviu falar na Zona Franca de Manaus? Criada na década de 60 em pleno governo militar

Depois da criação dos fundos constitucionais de desenvolvimento regionais logo no inicio da década de 90, o Nordeste brasileiro se depara com mais uma oportunidade de ganhar um dos mais vigorosos e eficazes instrumentos de desenvolvimento econômicos do mundo moderno capaz de reduzir os nossos gritantes desníveis econômicos regionais e eliminar bolsões de pobreza no semiárido Nordestino uma das regiões com os menores e vergonhosos indicadores sociais do país.

Trata-se da implantação de uma área de livre comercio em pleno semiárido nordestino as chamadas Zonas Francas que nada mais é uma área física delimitada que goza de isenções fiscais objetivando promover o desenvolvimento e reverter o atraso econômico e social em relação ao sul e sudeste do país. Não é coisa nova, quem já não ouviu falar na Zona Franca de Manaus? Criada na década de 60 em pleno governo militar com o intuito mais estratégico de ocupação da Amazônia do que alavancar bem estar social na região, esta área de livre comércio atraiu empresas do segmento de eletroeletrônica, de informática e de veículos automotores redundando em um estrondoso sucesso transformando aquela região esquecida e abandonada em dos maiores polos industriais da América latina gerando hoje mais de 100 mil empregos diretos e 500 mil indiretos e com um faturamento anual  na ordem de 90 bilhões de reais. Uma revolução.

Tramitando na Câmara Federal através da PEC 19/2011 da lavra do deputado Wilson Filho a Zona Franca do Semiárido Nordestino talvez seja a única saída de reverter em médio prazo o quadro secular de atraso e abandono que esta região vive desde a sua colonização. Centrada a partir de Cajazeiras num raio de 100 km, a Zona Franca do Semiárido Nordestino em seu projeto original compreende 04 estados envolvendo 94 municípios prevendo a isenção de impostos e tributos por um prazo de 30 anos.

A grande realidade que vivenciamos e não aceitamos é o fato de vislumbrarmos investimentos maciços em determinadas regiões do estado em detrimento da nossa. Se não vejamos: Na Paraíba enquanto o litoral ganhou um polo cimenteiro, um majestoso centro de convenções, agora projeta uma construção de uma mega ponte entre Cabedelo e Costinha orçada em mais e 200 milhões de reais, nós aqui neste sertão de meu Deus ficamos felizes e nos contentamos com um singelo asfaltamento de uma rodovia. Quanto atraso! São estes investimentos que fizeram, segundo o IBGE, quase 60% do PIB de o estado ficar concentrado em apenas 05 cidades. Um dado alarmante que nossos governantes que por incompetência desconhecem ou por interesses políticos escusos nada fazem. A ZFS não se trata de um sonho, mas de uma opção palpável de desenvolvimento e justiça social.

A fabrica da FCA-Fiat Chrysler Automobile, implantada recentemente em Goiana PE, chegou alavancando um polo automotivo com investimentos na ordem de R$ 07 bilhões de com uma enorme cadeia produtiva gerando 09 mil vagas entre empregos diretos e indiretos que com os benefícios e isenções fiscais seria fatalmente seria atraída em grande parte pela ZFS transformando radicalmente a face do sofrido semiárido nordestino.

Eis aí a grande e talvez a única saída para mudarmos de vez o eixo de investimentos da região nordestina vencer o atraso e incluir de vez o semiárido na rota do desenvolvimento nacional. É muita pedreira pela frente que exige engajamento total da sociedade e da bancada federal nordestina para vencer o preconceito arraigado contra nossa região dentro do Congresso Nacional até a promulgação desta PEC revolucionaria.

Cabe à sociedade civil organizada oferecer sugestões e acompanhar de forma vigilante o envolvimento e o comprometimento dos nossos políticos para identificarmos os que realmente estão engajados na aprovação desta PEC que definitivamente representa a redenção do Semiárido Nordestino.

Fonte: coisasdecajazeiras.portaldiario.com.br
Créditos: Alexandre Costa