“No ambiente escolar sofri violência física e psicológica no ensino fundamental e médio, fui chamado com palavras de baixo calão, como viado, doido e duas vezes alunos da escola colocaram o pé para eu tropeçar, impossibilitando minha passagem no corredor.” relata Vinícius Matias, um jovem de 24 anos, que sofreu bullying durante toda sua infância e adolescência por ser autista; apesar de ser diagnosticado com autismo, hoje o jovem faz faculdade e tem uma pagina no Facebook defendendo a causa e denunciando casos de preconceito contra o autismo.
Mas o que é “bullying”?
Bullying: Assédio moral; Ameça, intimidação, repetir uma maldade. Antigamente conhecido como “brincadeira de mal gosto” hoje o Bullying é considerado a porta de entrada para outras violências nas escolas; causando dor, constrangimento, perseguição, e baixo auto estima. De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE sobre a saúde do estudante, o número de casos de jovens submetidos a esta situações de humilhação vem crescendo cada vez mais e requer muitos cuidados por parte dos pais da vitima e do agressor e de toda a equipe escolar.
“Me sentia amargurado, ficava pensativo, queria distância dos agressores e me aproximava dos amigos para melhorar meu estado emocional” conta Vinícius ao ser questionado como ele se sentia após ser vítima do Bullying.
O que diz a lei?
Em novembro de 2015 foi sancionada uma lei que obriga as escolas a adotarem medidas de prevenção e combate ao bullying. Segundo o texto publicado publicado no “Diário Oficial da União” de 9 de novembro, a lei determina a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; as escolas também são obrigadas a implementar campanhas de educação, conscientização e informação, além de dar assistência psicológica, social e jurídica ás vítimas e aos agressores.
Josilene Costa, mãe de Vinícius afirma que chegou a ter que mudar de cidade devido as agressões sofridas pelo seu filho, por medo dele ser afetado de forma grave e poder praticar atos não esperados. Ela conta que como mãe, ao saber que o mesmo estava sofrendo bullying tomou a iniciativa de ir até a escola solicitar uma reunião com os pais dos colegas envolvidos. Por fim ela diz que com muita luta e apoio da Psicóloga da escola ajudou o seu filho a superar esse mal.
A psicóloga, escritora e psicanalista Mayara Almeida conta que o psicólogo escolar ocupa um lugar de convite a reflexão crítica saudável sobre práticas de Bullying no ambiente escolar, “favorecendo um ambiente harmonioso e prevenindo comportamentos discriminatórios, preconceituosos e intolerantes”. Segundo a psicóloga, muitas vezes, pais e mães desejam compensar a ausência durante a semana na rotina do filho com uma permissividade excessiva ou comprando presentes sempre que surge a manifestação de qualquer desejo. Assim, as crianças não aprendem a lidar com limitações e frustrações e podem vir a desenvolver comportamentos de agressão ao outro, seja física ou psicológica. Ainda de acordo com a profissional as principais percepções sobre as causas do Bullying na visão psicológica são: cobranças e expectativas muito altas, intensas atividades extracurriculares, críticas frequentes e poucos elogios, problemas no desenvolvimento cognitivo ou emocional, além também das dificuldades de aprendizagem, de relacionamento ou experiências traumáticas, como agressão ou abuso.
“O mal tem que ser cortado pela raiz, o problema não está na vítima, está no agressor.” Fala Vinícius antes de encerramos nossa conversa.
Fonte: SUEDNA LIMA
Créditos: Polêmica Paraíba