Uma campanha da Organização das Nações Unidas (ONU Brasil) pretende mostrar a relação entre racismo e violência no país. A iniciativa “Vidas Negras” foi lançada nesta terça-feira (7), em Brasília, e chama a atenção para morte de um jovem negro a cada 23 minutos no país. Os números são do Mapa da Violência, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Nessa quarta (08), o programa Master News recebeu um debate especial para analisar a campanha e os dados apresentados.
Maria Marques, ativista do combate ao racismo, releva um dado alarmante. “De cada 10 jovens mortos, 7 são negros. Santa Rita é considerada a 22º lugar a nível nacional em violência contra os jovens negros. Esperávamos que esses números diminuíssem, mas eles aumentaram”, revela.
Dalmo Oliveira, do Fórum Paraibano de Promoção da Igualdade Racial, diz que o Brasil é o segundo país do mundo que tem mais população negra e um dos mais violentos. “Esse é um fenomêno ruim que vem se repetindo a um tempo, houve uma naturalização do assassinato dos jovens negros. Acredita-se que a juventude negra se envolve mais facilmente com a criminalidade, mas eles são mais vulneráveis, não mais propensos”.
Danilo Santos, professor e ativista do movimento negro, diz que a se o sujeito morre na periferia ele estava envolvido com droga e se era esse o caso, tá resolvido. Os casos de assassinato não são investigados. A Paraíba sempre apresentou os maiores números de mortes para a popualçao negra e os menores para a população branca. Para cada jovem branco assassinado, 18 jovens negros são assassinados e isso é um dado daqui da Paraíba.
A campanha faz parte dos eventos que serão promovidos no mês da Consciência Negra e reúne uma série de vídeos que abordam temas como “filtragem racial”. Segundo a ONU, trata-se da escolha de suspeitos pela polícia com base “exclusivamente na cor da pele”. Outro tema é o “extermínio da juventude negra”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba