O jornalista Gutemberg Cardoso entrevistou no programa Master News desta terça-feira(09) o presidente do Tribunal Regional da Paraíba o Desembargador Romero Marcelo da Fonseca. Durante a entrevista ele falou sobre a campanha eleitoral e todo o transcurso do primeiro turno das eleições sob a ótica da Justiça Eleitoral e também respondeu a alguns questionamentos sobre a biometria que surgiram ao longo do último final de semana.
Ele iniciou comentando a sensação de calmaria que se vivenciou nas ruas do estado e também de todo o Brasil durante o pleito deste ano, para Romero isto se deveria a um amadurecimento do eleitor e da própria democracia nacional, além do período mais curto da campanha eleitoral deste ano e a fiscalização cada vez mais efetiva realizada pela Justiça Eleitoral durante toda a campanha.
O desembargador também falou sobre a polarização de ideias que o Brasil está vivendo atualmente no campo das ideias políticas e afirmou que não haveria mais no Brasil espaço para extremismos de esquerda e que atualmente é necessário voltar-se para uma realidade de democracia-social e acompanhar a tendência global em que os países que antes relacionavam-se majoritariamente em bloco passem a relacionar-se cada vez de maneira mais abrangente.
Questionado sobre o fato de não terem sido utilizadas tropas do exercito na realização do primeiro turno destas eleições, Romero Marcelo afirmou que a possibilidade de se não utilizar tropas nacionais seria mais um claro sinal do amadurecimento da democracia brasileira. Ele garantiu que as forças armadas se mantiveram de prontidão para ajudar nas eleições durante todo o intercurso do primeiro turno, mas que ele espera que também durante o segundo turno e nas eleições municipais daqui a dois anos o estado siga vivenciando esta calmaria.
Ele em seguida falou sobre o planejamento de cada eleição e como isto afetaria o dia a dia da justiça eleitoral, Romero afirmou que o calendário eleitoral nunca retroage portanto não abarcaria em seu planejamento nenhum tipo de fato passado, mas que a rotina da justiça segue intacta independente da realização das eleições e por isso que processos iniciados durante pleitos anteriores ou antes do atual período eleitoral seguem sendo julgados mesmo com a realização da campanha.
Romero Marcelo comentou em seguida o fato de alguns destes processos se estenderem de um pleito eleitoral além do fim do mandato disputado, para ele a utilização de manobras e estratégias processuais desde que atendendo a lei é algo natural da justiça e portanto cabe apenas ao jurista impedir que estes processos se alonguem para além do tempo necessário para a conclusão do caso.
Ele defendeu a segurança das urnas eletrônicas e da biometria nas eleições nacionais, segundo o magistrado ele que presenciou o uso de votos em cédulas de papel no início de sua carreira pode relatar os grandes avanços representados pelo voto digital em relação ao voto de papel que gerava grandes problemas no processo de apuração. Em relação aos relatos de problemas com a biometria durante o pleito do último final de semana o desembargador afirmou que não houve nada que fugisse a normalidade do processo e que a biometria seria a garantia da total segurança do voto eletrônico.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba