DIA DA CONSCIENTIZAÇÃO

Uma em cada três crianças, de cinco a nove anos, está acima do peso e especialista alerta para relação entre obesidade e distanciamento social

Manter uma rotina equilibrada com as crianças em casa em tempos de pandemia tem sido um desafio para qualquer pai e mãe. A mudança modifica os hábitos das crianças em diversos aspectos e um deles diz respeito a algo que é essencial: a alimentação. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. No Dia da Conscientização Contra Obesidade Mórbida Infantil, celebrado nesta quarta-feira (3), a pediatra do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Andreza Guzman, explica a relação entre a Obesidade Mórbida Infantil e o coronavírus.

“A obesidade é um problema de saúde grave, sobretudo se mórbida, no qual a criança encontra-se muito acima do peso ideal para sua altura e sua idade, podendo ocasionar riscos de desenvolver doenças como hipertensão, diabetes e dislipidemia ainda na infância, como também aumentando o risco de apresentar essas doenças na idade adulta. Diante da pandemia, ela ainda é um fator de risco para o desenvolvimento de um quadro clínico mais grave na pessoa afetada pelo coronavírus, devido à natureza inflamatória da doença e às comorbidades que normalmente se associam a ela”, esclarece.

Registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no País. Desse modo, a pediatra ressalta que é importante que pais e responsáveis mantenham a rotina alimentar da criança com refeições balanceadas e com toda a família à mesa. Também é necessário que se estimulem brincadeiras que possibilitem que a criança faça exercícios físicos enquanto se diverte e aprende.

Entre os alimentos que conduzem às crianças à obesidade, Andreza Guzman cita os alimentos ultraprocessados, industrializados, semi prontos. “Geralmente repletos de aditivos químicos e propriedades inflamatórias, baratos, saborosos, em porções exageradas, ricos em calorias vazias, ou seja, alimentos que têm muitas calorias, porém são pobres em nutrientes importantes ao organismo”, elenca.

Em 2019, as notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional apresentam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.

A especialista lembra que o confinamento pode conduzir as crianças ao consumo exagerado de alimentos. “Tanto crianças como adultos são suscetíveis à ansiedade nesse período de pandemia e podem acabar canalizando esses medos para a comida. É importante procurar direcionar a ansiedade para atividades produtivas, saudáveis e que consigam manter o foco da criança longe da comida”, alerta.

Apesar dos malefícios que a doença traz a curto, médio e longo prazo, a pediatra reforça os dois pilares – prevenção e tratamento da obesidade – são a dieta e o exercício físico. “Manter os dois como rotina na vida da criança é manter hábitos saudáveis em qualquer época da vida”, finaliza.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba