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UFPB desenvolve projeto para criação de vacina contra a Covid-19

O projeto é coordenado pela professora Joelma Souza, do Laboratório de Imunologia do Departamento de Fisiologia e Patologia, no Centro de Ciências da Saúde, no campus I, em João Pessoa.

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) pretende desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), o SARS-CoV-2, a partir da identificação das sequências de proteínas virais que conseguem induzir uma resposta imunológica protetora.

Com o desenvolvimento de vacina, a UFPB deve atingir as 17 ações estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) para enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Identificando quais são as sequências das proteínas virais que conseguem induzir uma resposta imunológica protetora, os pesquisadores desejam sintetizar uma vacina composta apenas por essas sequências.

O estudo foi aprovado no âmbito do edital da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e envolve oito pesquisadores e três estudantes, sendo um de pós-graduação e dois de graduação.

O projeto é coordenado pela professora Joelma Souza, do Laboratório de Imunologia do Departamento de Fisiologia e Patologia, no Centro de Ciências da Saúde, no campus I, em João Pessoa.

“Além disso, essas sequências das proteínas virais que induzem a resposta imunológica (epítopos) poderão ser imobilizadas em plataformas de diagnóstico, favorecendo o desenvolvimento de kits para detecção de anticorpos em indivíduos infectados, como testes imunocromatográficos, imunoenzimáticos e biossensores”, acrescenta a professora Joelma Souza.

Ou seja, o intuito do estudo é identificar, através de uma simulação computacional (in sílico), epítopos a partir das proteínas estruturais e não estruturais que compõem o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, capazes de estimular as células T e B para construção de uma vacina baseada em epítopos múltiplos. As células T e B são linfócitos, responsáveis pela resposta imune e pela defesa do corpo.

O mapeamento proposto pretende usar técnicas de imunoinformática. Métodos in sílico correspondem a métodos computacionais que utilizam algoritmos em que são colocados a sequência do genoma do vírus e alguns parâmetros imunológicos como receptores de células imunes (Células B e T).

Estudos que integram bioinformática frente à imunização levaram ao desenvolvimento de vacinas eficazes contra tumores e outras doenças parasitárias. “Nosso grupo já estava desenvolvendo essa abordagem metodológica para outros patógenos, mas diante da pandemia da Covid-19, decidimos adequar a pesquisa para o SARS-CoV-2, recebendo apoio dos nossos colaboradores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanotecnologia (INCT – TeraNano)”, conta Joelma Souza.

Testes em animais

“Já temos alguns estudos preliminares para iniciarmos os testes in vivo. E alguns colaboradores nossos na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, já estão aptos para esta finalidade”, assegura.

Os estudos in sílico podem ser explorados e refinados a cada momento, gerando cada vez mais sequências patogênicas promissoras que possam interagir melhor com os receptores das células imunes para a geração de uma memória imunológica duradoura.

Após a identificação dos epítopos promissores, os pesquisadores vão realizar a construção in sílico da sequência polivalente baseada em multi epítopos. Esse construído promissor será avaliado em testes in vitro e in vivo (em animais), a fim de validar sua eficiência e segurança.

“Desta forma, poderíamos minimizar ou evitar o mecanismo de escape, sobretudo viral, que as frequentes mutações produzem ao induzir ampla variabilidade peptídica patogênica. Por outro lado, regiões definidas como desenssibilizantes podem ser removidas da proteína e reconstruídas para formação de agentes terapêuticos. Neste caso, a antigenicidade em potencial poderia ser evitada com o objetivo de melhorar a efetividade clínica”, esclarece a coordenadora do projeto.

Os pesquisadores da UFPB que participam do projeto, além da coordenadora Joelma de Souza, são os professores Renato Oliveira e Priscilla Anne, do Departamento de Fisiologia e Patologia; Lúcio Castellano, da Escola Técnica de Saúde; e a professora Ana Isabel Fernandes, do Departamento de Promoção da Saúde.

Entre os parceiros, estão Luiz Goulart, do Instituto de Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais; Clarice Morais e a doutoranda Vanessa Dantas, do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental do Instituto Aggeu Magalhães, em Pernambuco; e o especialista em Engenharia de Software e colaborador da UFPB, Hugo Dantas. Os estudantes de graduação em Biotecnologia da UFPB Andrei Mendes e Waldecir Júnior também cooperam para o estudo.

Fonte: Click PB
Créditos: Click PB