Estudo realizado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-BA) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), aponta que o óleo da planta Mikania cordifolia – conhecida popularmente como guaco – auxilia no combate a bactérias resistentes a antibióticos.
O trabalho tem o título de “GC-MS-FID characterization and antibacterial activity of the Mikania cordifolia essential oil and limonene against MDR strains” e foi publicado, em formato de artigo digital, no volume 136 do Food and Chemical Toxicology Journal.
De acordo com o professor do Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos (Ipefarm) da UFPB, José Maria Barbosa Filho, há bactérias criando cada vez mais resistência a antibióticos tradicionais e exigindo dosagens maiores de medicamentos para combatê-las. “Com isso, aumenta-se o risco de efeitos colaterais para o organismo humano, sem contar os gastos financeiros que crescem”, explica.
Ao fazer a associação do óleo de guaco com o antibiótico, há melhora da resposta antimicrobiana nos organismos dos seres humanos. “O resultado final é bem melhor do que se fosse utilizado apenas o antibiótico, sem o óleo”, destaca Barbosa.
Na medicina popular, afirma o professor, o guaco é utilizado ainda como anti-inflamatório, antiasmático e analgésico.
Experimento
Segundo Barbosa Filho, no experimento, foi utilizada uma mistura de várias substâncias naturais presentes na planta. Com ela, produziu-se o óleo essencial do guaco.
O componente químico principal do vegetal é o limoneno, que apresentou efeito regulador quando associado aos antibióticos norfloxacina, gentamicina e penicilina.
Esses medicamentos atuam contra bactérias que causam, por exemplo, inflamações no estômago e intestino (gastroenterites), incapacidade do sistema circulatório em fornecer fluxo sanguíneo (sepse) e infecções urinárias.
No estudo, em vez de utilizar uma concentração alta de antibióticos, foi utilizado o óleo do guaco com uma dosagem menor deles e obteve-se o mesmo resultado. “Assim, o surgimento de novas terapias antimicrobianas será possível”, salienta o professor.
Pesquisa interinstitucional
Barbosa Filho ressalta que a análise conjunta distingue o pioneirismo das universidades públicas nas pesquisas do Brasil. “Trata-se de uma publicação de alto nível. Do meu conhecimento, não há universidade privada que realize trabalho dessa natureza. Aliás, 95% das pesquisas realizadas no país são produzidas em universidades públicas”, endossa.
Fonte: Paraíba Já
Créditos: Paraíba Já