Cerca de 30% das ligações atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de João Pessoa no primeiro semestre de 2018 foram trotes. O balanço dos registros feitos de janeiro até junho deste ano na Central de Regulação do Samu, através do número 192, aponta que foram recebidas 182,8 mil ligações, das quais 57,4 mil eram trotes.
Em comparação com o primeiro semestre de 2017 o número apresenta uma leve redução, quando 36% das ligações eram trotes. No entanto, ainda preocupa por comprometer a agilidade do serviço à população.
Na maioria das vezes, o trote é reconhecido ainda no processo de atendimento por telefone, casos em que as ambulâncias não são liberadas pela Central de Regulação. Quando o usuário é convincente, o trote só é descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos.
A coordenadora do Samu, Érika Rivenna, explica que, ao ocupar uma linha de emergência, a pessoa que realiza trote impossibilita o socorro de alguém que realmente precisa de ajuda. “Em casos de maior urgência, como um ataque cardíaco ou acidente de trânsito grave, segundos podem fazer toda a diferença para salvar a vida do paciente e, quando destinamos uma unidade para realizar um atendimento que é trote, estamos ocupando um serviço que pode deixar de estar atendendo outra pessoa em risco de morte”, alerta.
O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340 do Código Penal por falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é a prisão de um a seis meses ou multa.