Grupo é acusado de integrar organização criminosa que teria delapidado os cofres públicos na Prefeitura do Conde
A Justiça tornou réus e determinou o sequestro nas contas da ex-prefeita Tatiana Lundgren e dez ex-auxiliares da prefeitura do Conde. A decisão foi proferida pela juíza Daniere Ferreira de Souza. O grupo é acusado pelo Ministério Público da Paraíba de desvio e apropriação de recursos públicos, lavagem de dinheiro, corrupção, fraude à licitação, peculato e inserção de dados falsos em sistema de informações do Município. As investigações foram coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
As investigações foram iniciadas em 2015 para apurar denúncias de tráfico de drogas no Litoral Sul da Paraíba. No curso da investigação, vários encontros fortuitos foram identificados, entre eles, a suposta participação da ex-prefeita no esquema. A apuração revelou indícios de um esquema muito maior que o esperado inicialmente. Todo o staff de Tatiana Lundgren foi relacionado no suposto esquema criminoso. A estimativa do Ministério Público do tamanho do prejuízo a ser reparado é de R$ 27 milhões.
Peças chaves no esquema, a ex-secretária de Finanças da prefeitura, Andréa Soares da Silva, e o ex-procurador-geral do Município, Francisco Cavalcante Gomes, fizeram colaboração premiada. Ambos contaram detalhes do funcionamento do suposto esquema voltado para diversos crimes. O objeto da denúncia atual diz respeito às fraudes em licitações orquestradas pelo poder público, sob o comando da ex-prefeita, segundo o apontado nas investigações.
Além de Tatiana Lundgren, se tornaram réus e tiveram as contas sequestradas por decisão judicial Francisco Cavalcante Gomes, Andréa Soares da Silva, Ilka Soares Corrêa de Oliveira, Victor Hugo Ferreira Braga, Clóvis Marinho Falcão Leal, Vailson Oliveira do Nascimento, Waleska dos Santos Petrônio, Alex Martins da Silva, Clodoaldo Fernandes e Hildebrando Fernandes.
Empresas
De acordo com as investigações, ficou bem delineado que houve uma repartição de áreas ou setores da administração entre os demais membros dos suspeitos, que atuaram com certa autonomia. Ficou evidenciado, também, que os suspeitos teriam se valido inúmeras empresas para fraudar processos de contratação e pagamento. As empresas investigadas no processo eram FILO-TUR, JM AUTO PEÇAS, J.G.S EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA, C S C CONSTRUTORA SANTA CECILIA LTDA, PLANFORTE, e A.J.S PAVIMENTAÇÃO DE ESTRADAS E CONSTRUÇÕES LTDA – EPP. Outras empresas ainda estão sendo investigadas.
A apuração demonstrou, também, que alguns dos suspeitos apresentaram patrimônios incompatíveis com a renda e que eram registrados em nome de laranjas. A secretária Andréa Soares da Silva chamou a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que emitiu alerta. Ela teria depositado, em espécie, no dia 06/01/2016, a quantia de R$ 224.098,00 em conta bancária da Caixa Econômica Federal, a qual está cadastrada em nome da empresa ECOMAX, uma quantia expressiva totalmente em descompasso com seu perfil financeiro.
Tatiana Lundgren é investigada, também, em outras denúncias protocoladas pelo Ministério Público da Paraíba.
Fonte: Jornal da Paraíba
Créditos: Jornal da Paraíba