Superação da crise econômica do Brasil será debatida em Simpósio Nacional de economistas em João Pessoa

Profissionais de 23 estados vão se reunir na capital paraibana entre 2 e 4 de novembro. Vão participar também professores e estudantes de diversas universidades

“É perfeitamente possível pensarmos em um cenário mais favorável no futuro próximo. O passado recente mostra que é possível crescer mais e distribuir renda”. A afirmação é do economista Carlos Pinkusfeld Bastos, que fará a palestra de abertura do 27ª edição do Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia (SINCE 2022). O evento acontecerá entre os próximos dias 2 e 4 de novembro.

Para ele, o Estado precisa estar atento às oportunidades colocadas no cenário global e se colocar nesse ambiente de maneira dinâmica. O palestrante lembra que embora não haja perspectiva de um novo ciclo mundial de commodities que seja favorável ao Brasil, também não existe crise de balanço de pagamentos.

Pinkusfeld também é diretor-presidente do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e na sua fala irá tratar do tema: “Superação da crise e retomada do desenvolvimento: o debate ausente, mas necessário”. O SINCE é um encontro nacional de profissionais e estudantes da economia, realizado bianualmente, e que nesta edição também irá debater os desafios do Nordeste.

Essas discussões vão acontecer na Uninassau, que fica na Avenida Epitácio Pessoa, no Bairro dos Estados, na capital. O tema geral do evento, “O papel do Sistema Cofecon/Corecons na superação da crise e retomada do desenvolvimento” já evidencia a importância dos profissionais de economia, assim como o seu sistema nacional e regional de representação na contribuição para a formação de uma agenda positiva e propositiva para o país.

Em entrevista, Carlos Pinkusfeld reforçou a importância do debate sobre políticas econômicas e de acontecer após um momento de grande tensão eleitoral. “Vivemos um momento de grande tensão no Brasil e não só por causa da eleição, que sempre traz consigo uma grande dose de inquietação e ansiedade, mas porque o desempenho nos últimos 8 anos da economia foi bastante insatisfatório, com seríssimas consequências sociais”, refletiu.

Gincana Nacional de Economia

A reflexão sobre os caminhos para a retomada devem perpassar todo o evento, tanto nos painéis temáticos e grupos de trabalho com profissionais, quanto na 11ª Gincana Nacional de Economia, atividade paralela que integra 75 estudantes de diferentes universidades brasileiras, numa competição que estimula a integração entre as universidades, desenvolve e aplica conceitos econômicos, debate situações reais de macroeconomia e apresenta o Sistema Cofecon/Corecons aos futuros profissionais.

Para o palestrante, o papel dos acadêmicos diante do atual cenário nacional é apontar cenários e parâmetros que indiquem os caminhos mais apropriados para o reestabelecimento das condições normais de bem-estar político e social. Contudo, ele entende que a atual dinâmica política é complexa. “Cabe ao acadêmico colocar certos cenários e parâmetros que são requisitos mínimos para o estabelecimento de um ciclo virtuoso de crescimento sustentado e redução das desigualdades e carências materiais de boa parte de nossa população”, concluiu.