O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro no Estado da Paraíba (Sintrafi-PB) acompanha a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e defende a aprovação da proposta resultante da negociação entre o Banco do Brasil e Entidades representativas do funcionalismo, apresentada em 27 de março, na mesa de negociação do Grupo de Trabalho (GT) da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), cujas negociações tiveram início em 23 de janeiro do ano em curso.
A decisão da diretoria do Sindicato se deu após acompanhar o longo e duro processo negocial que resultou na formatação dessa proposta, que traz alguns avanços em relação à de 2018, rejeitada em consulta aos associados. Nesse processo, os representantes do Banco Brasil afirmaram que a proposta é definitiva e que não haverá mais nenhuma alteração no documento apresentado, uma vez que a proposta já fora votada pelo Conselho Diretor.
A diretoria do Sintrafi-PB, consciente de sua responsabilidade em bem conduzir a luta da categoria bancária, sabe que essa não é a proposta ideal para os/as associados/associadas da Cassi, entretanto, reconhece o esforço dos nossos representantes em chegarem à proposta que foi possível, ante o cenário adverso aos interesses da classe trabalhadora. Portanto, deixar que, sob a sede privatista do governo Bolsonaro/Paulo Guedes, a Cassi sofra uma intervenção da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) poderá significar a liquidação de uma de suas carteiras.
O déficit da Cassi, aí compreendidos receitas/despesas e reservas obrigatórias, gira em torno de um bilhão de reais e precisa ser estancado, mas de forma que a Cassi seja preservada e não suspenda o atendimento aos seus associados. Não podemos esquecer que o BB quer se livrar da nossa Caixa de Assistência há muito tempo: já propôs se livrar dos pós laborais e já quis jogar o déficit nas costas dos associados. Nosso dever de representantes da categoria é alertar e orientar a base de forma responsável, para que as pessoas percebam o tamanho do dilema que estamos vivendo e isso tudo acontecendo sob as garras do governo, que já era ruim e agora está ainda pior.
Temos um Estatuto que nos garante a obrigatoriedade do Banco do Brasil nos fornecer um plano de saúde, mas vale a pena judicializar essa contenda que levaria anos para um desfecho provavelmente desfavorável aos trabalhadores bancários ante a conjuntura política atual?
Estamos vivendo um cenário político muito difícil de enfrentar, onde a questão da Cassi fica ainda mais complexa e não existe solução simples. Acreditar que a intervenção na Cassi pela ANS resultaria numa decisão favorável aos associados da Cassi é uma perspectiva temerária e muito improvável. Avaliamos que não devemos correr esse risco.
Sugerimos que cada bancário e cada bancária tenha pleno conhecimento sobre o que está sendo proposto para votar consciente das consequências que poderão advir de sua escolha. As Entidades Representativas analisam o problema e as possibilidades de solução e de posse de suas análises apontam o caminho que julgam ser o melhor.
Portanto, reafirmamos nosso posicionamento em defesa da aprovação da proposta do GT, apresentada no dia 27 de março, conforme deliberação da reunião da diretoria, em 8 de abril de 2019, ressaltando que nossas decisões são tomadas de forma colegiada e visam sempre preservar os interesses dos nossos representados e o fortalecimento da Entidade.
Fonte: Sindicato dos Bancários
Créditos: Otávio Ivson Santos