O secretário de Modernização do Estado do Governo Federal, o paraibano Sérgio Queiroz, não poupou críticas ao decreto do Governo do Estado e da Prefeitura de João Pessoa que fecha templos religiosos e suspende cultos e missas por um período de 15 dias como forma de evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Para ele, que também é pastor, o texto é ‘uma afronta aos Direitos Humanos’, disse.
Em entrevista ao programa Rede Verdade, da TV Arapuan, ele disse que é favorável a medidas que tenham como objetivo prevenir a propagação da doença, mas ponderou que ‘não há sentido abrir bares e fechar igrejas” e apontou um equívoco na medida. “Não há sentido em abrir bares e fechar igrejas. Isso par mim é um anacronismo, pois viola o princípio da isonomia”, disse ao jornalista Luís Torres.
Sérgio Queiroz defendeu a abertura dos templos com a implementação de protocolos, a exemplo do distanciamento social, redução do público e o uso de álcool em gel.
O decreto estadual permite que bares funcionem até às 16h, e depois desse horário somente através de entregas, sem presença de consumidores. Já os cultos, que estavam limitados a 30% de público, foram suspensos por 15 dias. “Isso é uma afronta ao princípio constitucional de liberdade de culto, ao direito internacional consagrado na declaração de 1948, depois da Segunda Guerra Mundial”, considerou.
Sérgio Queiroz compreendeu a solidariedade de líderes que suspenderam as atividades, mas observou que isso ocorreu de forma espontânea, e não deveria ser por imposição do Estado. “Isso é uma afronta aos Direitos Humanos e mostra que aos poucos estão querendo tolher o nosso direito de liberdade”, desabafou. “Direitos e liberdades podem ser tolhidas aos poucos, e podem não ser percebidos hoje, mas podem abrir precedentes para a destruição de liberdades fundamentais”, concluiu.
Sérgio Queiroz informou ainda que procurou o prefeito Cícero Lucena para que o decreto municipal seja revisto. “Quero que dê certo, não jogo contra e no que puder, apoio. Mas eu rechaço essa decisão. Abram com ordem, com restrição”, concluiu.
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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba