Realizado pelo Selo Sesc em homenagem ao centenário de Clarice Lispector, comemorado em dezembro de 2020, o álbum “Clarice Clarão”, produzido por Beatriz Azevedo e Moreno Veloso, integra uma série de ações e programas do Sesc São Paulo de valorização da cultura brasileira e divulgação de novos artistas nacionais. No disco, Beatriz e Moreno reúnem música, teatro e poesia para construir uma narrativa em contato com a obra da escritora Clarice Lispector.
A dupla, que assina a produção musical com composições e performances próprias e de outros artistas, celebra o lançamento do single “Canto”, em formato digital, com estreia no dia 20 de maio nas principais plataformas de streaming e também gratuitamente no Sesc Digital.
“Eu quero, espero / transformar este momento / na arte revelo / eu sou Hélio e me Tarsilo / Monaliso e Botticello” diz a introdução da canção que, para Caetano Veloso – que acompanhou a produção de perto, é pai de Moreno e também assina o texto do encarte do disco –, “é uma aventura de tratar nomes próprios, de grandes artistas, como se fossem verbos pronominais. Sempre na primeira pessoa do singular. A melodia que Moreno trouxe para as palavras de Beatriz fazem a passagem dessa estranheza para uma sutil doçura de modo tão equilibrado que a gente fica logo sabendo que um Agora clariciano não poderia começar de outro modo”.
Beatriz Azevedo e Moreno Veloso criaram juntos esta parceria intitulada “Canto”, após a eleição presidencial que viria a definir os rumos políticos do Brasil desde então. A parceria nasceu da necessidade urgente de tentar vislumbrar transformações possíveis através da arte. A composição reitera a valorização do papel da arte e dos artistas, de todas as épocas e linguagens, como resistência a um cenário de destruição das políticas culturais no país.
Clarice Clarão
O projeto “Clarice Clarão” surgiu de um convite da Princeton University para celebrar os 100 anos da escritora Clarice Lispector em 2020. À época, Beatriz Azevedo criou o espetáculo “Now Clarice”, interpretando, ao lado de Moreno Veloso, canções originais e trechos da obra de Lispector. Filmado ao vivo em novembro daquele ano, o musical conta com as participações dos músicos Jaques Morelenbaum e Marcelo Costa e estreou em dezembro de 2021 no Sesc TV. As pinturas e desenhos que compõem o projeto visual do álbum e as capas dos singles são assinados pela artista plástica e filósofa Marcia Tiburi.
O primeiro single, que leva o nome do projeto (Clarice Clarão), foi lançado em dezembro de 2021, no dia em que se celebrava os 101 anos de nascimento da escritora, está disponível para audição nas principais plataformas de streaming e no Sesc Digital. Na época do lançamento, Beatriz conta que escreveu a composição “sozinha, mas de mãos dadas com Clarice, com seus livros espalhados por toda a casa, num momento de mergulho total em sua obra. Clarice é um estado de ser, um portal, uma vastidão”.
Durante o carnaval de 2022, Beatriz e Moreno apresentaram “Um canto de afoxé para o bloco do Ilê”, single composto por Caetano e Moreno em homenagem ao bloco de carnaval Ilê Aiyê, criado em 1974 no bairro do Curuzu, em Salvador – BA. Já no começo de maio, foi a vez de “Água Viva”, na voz de Maria Bethânia, chegar às plataformas digitais.
Que a obra universal de Clarice Lispector continue conversando com as próximas gerações, inspirando criações espantosas e extraordinárias!
Ficha-técnica
“Canto”
Autor: Beatriz Azevedo e Moreno Veloso
Voz: Beatriz Azevedo e Moreno Veloso
Pinturas criadas para o projeto: Márcia Tiburi
Arte da capa: Nilton Bergamini
Gravado por Gustavo Krebs e Jerônimo Orselli no estúdio Biscoito Fino
Mixado por Jerônimo Orselli
Masterizado por Florencia Saravia
Assistência de produção: Laura Francis
Produção executiva: Acrobeat Produções
Produção musical: Beatriz Azevedo e Moreno Veloso
Direção artística: Beatriz Azevedo
Beatriz Azevedo é poeta, compositora, multiartista brasileira. Visiting Scholar na New York University de 2022 a 2023, Doutora em Artes da Cena pela UNICAMP e Mestre em Literatura Comparada pela USP. Pesquisadora de Pós-Doutorado Unicamp / Fapesp. Estudou música no Mannes College of Music em Nova York e dramaturgia na Sala Beckett em Barcelona. Gravou os discos A.G.O.R.A, AntroPOPhagia ao vivo em Nova York, Alegria, lançados pela Biscoito Fino no Brasil e pela Discmedi na Europa; e Bum bum do poeta, pela gravadora Natasha Records no Brasil e pela Nippon Crown no Japão. Suas composições foram cantadas por Adriana Calcanhotto, Matheus Nachtergaele, Moreno Veloso, Tom Zé, Zelia Duncan e Zé Celso Martinez Correa, entre outros. Criou parcerias com Augusto de Campos, Cristovão Bastos, Hilda Hilst, Moreno Veloso, Oswald de Andrade, Raul Bopp, Vinicius Cantuária e Zélia Duncan. Escreveu os livros Abracadabra (selo Demônio Negro), Antropofagia Palimpsesto Selvagem (Cosac Naify), Idade da Pedra (Iluminuras), entre outros. Beatriz Azevedo apresentou-se no Lincoln Center e no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, além de participar de diversos festivais internacionais: Womex (Espanha), Nublu Jazz Festival (Nova York), Celebrate Brazil at Lincoln Center (Nova York), CMJ Music Marathon & Film Festival (Nova York), Femmes du Monde (Paris), Mirada Festival Ibero-Americano (Brasil), Popkomm Festival (Berlim), Dunya Festival (Rotterdam), Copa da Cultura (Berlim), Art Anthropophagie Aujourd’hui (Paris), Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), Verizon Music Festival (Nova York), entre outros. https://www.beatrizazevedo.com/
Moreno Veloso é cantor, compositor e produtor musical. Estudou física na faculdade, mas atua como músico no Brasil e no exterior. Primeiro filho de Caetano Veloso e da atriz Dedé Gadelha Veloso. Desde criança, Moreno começou a compor canções em parceria com o pai; “Um canto de afoxé para o bloco do Ilê”, foi registrada por Caetano no LP “Cores, nomes” em 1982. Em 1997, outra composição de Moreno, “How beautiful could a being be” foi registrada por Caetano no LP “Livro”. Sua música “Sertão”, também em parceria com o pai, foi gravada por Gal Costa. Em 2000 gravou seu primeiro álbum Máquina de Escrever Música, ao lado de Domenico Lancelotti e Kassin, pelo selo Rock it!. Em 2011 atuou como produtor no álbum “Recanto”, de Gal Costa, sua madrinha. Em 2014 lançou o álbum Coisa Boa, seu primeiro disco solo de estúdio, que teve início enquanto ainda estava vivendo na Bahia. A presença da terra natal é evidente em muitas composições de Moreno. Foi convidado novamente por Gal Costa para a produção de seu disco, “Estratosférica” em 2015. Participou do show antroPOPhagia de Beatriz Azevedo em 2016, em apresentações no Oi Futuro no Rio de Janeiro, no Sesc Palladium em Belo Horizonte, e na Caixa Cultural em Brasília. No final de 2018, depois das eleições presidenciais no Brasil, compôs junto com Beatriz Azevedo a canção “Canto”, que está no disco A.G.O.R.A., lançado pela Biscoito Fino em 2019. Ao lado de seu pai e seus irmãos Zeca e Tom Veloso realizou nos últimos anos o espetáculo “Caetano Moreno Zeca Tom Veloso”. Está nos projetos Agora Clarice e Clarice Clarão, ao lado de Beatriz Azevedo. http://www.morenoveloso.com.br/
Serviço
Selo Sesc lança single “Canto”, de Beatriz Azevedo e Moreno Veloso.
20 de maio nas principais plataformas de streaming e gratuitamente no Sesc Digital.
• SOBRE O SELO SESC
Criado há 18 anos, o Selo Sesc tem o objetivo de registrar a amplitude da produção artística brasileira construindo um acervo pontuado por obras de variados estilos, épocas e linguagens. Em 2020, foram lançados no mercado digital os álbuns: Sessões Selo Sesc #6: Rakta + Deafkids, Sessões Selo Sesc #7: João Donato + Projeto Coisa Fina, Sessões Selo Sesc #8: Toada Improvisada – Jackson do Pandeiro 100 anos e Sessões Selo Sesc #9: …And You Will Know Us By Trail Of. O CD-livro São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880) da pesquisadora e cantora Anna Maria Kieffer; o DVD Exército dos Metais, da série O Som da Orquestra, O Romantismo de Henrique Oswald (José Eduardo Martins e Paul Klinck); os CDs físico e digitais Dança do Tempo (Teco Cardoso, Swami Jr. e BB Kramer), Espelho (Cristovão Bastos e Maury Buchala), Eduardo Gudin e Léla Simões, Recuerdos (Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e Ney Matogrosso), Música Para Cordas (André Mehmari), Estradar (Verlucia Nogueira e Tiago Fusco), Tia Amélia Para Sempre (Hercules Gomes), Gbó (Sapopemba), Acorda Amor (Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França), Copacabana – um mergulho nos amores fracassados (Zuza Homem de Mello), Tio Gê – O Samba Paulista de Geraldo Filme (vários artistas) e os álbuns digitais Mar Anterior (Grupo ANIMA), Olorum (Mateus Aleluia), Nana, Tom, Vinicius (Nana Caymmi), Jardim Noturno – Canções e Obras para Piano de Claudio Santoro (Paulo Szot & Nahim Marun), 7 Caminos (Emiliano Castro), São Paulo Futuro – A Música de Marcello Tupynambá (Vários Artistas), Cantos da Natureza (Pau Brasil), O Fim da Canção (Luiz Tatit, Zé Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski), Sessões Selo Sesc #10: Carne Doce, Sessões Selo Sesc 11: Orquestra Sinfônica de Santo André + Hamilton de Holanda, Claudio Santoro – Obra completa para violino e piano (Alessandro Santoro e Emmanuelle Baldini) e O Anel – Alaíde Costa canta José Miguel Wisnik (Alaíde Costa). Já em 2021, a gravadora lançou exclusivamente no ambiente digital os discos Villa-Lobos Trios (Claudio Cruz, Ricardo Castro, Antonio Meneses e Gabriel Marin), Viola Paulista – Volume II (Vários Artistas), Francisco Mignone: Manuscritos de Buenos Aires e Canções para Voz e Violão (Fernando Araújo, Celso Faria e Mônica Pedrosa), Akhenaten Bazucas (GOATFACE!), A Paisagem Zero (Helô Ribeiro), Tempo Tátil (Vladimir Safatle), Forró de Rabeca (Mestre Luiz Paixão); Outros Espaço (Rodrigo Brandão & Sun Ra Arkestra), De Sol a Sol (Toninho Ferragutti & Quinteto de Cordas), Poéticas (tributo ao poeta Jorge Salomão), Meneleu Campos (Quarteto Carlos Gomes) e Parabéns, Tânia! (Projeto Tânia Maria). Em 2022, a gravadora acaba de lançar o álbum Toda Semana: Música e Literatura na Semana de Arte Moderna (Vários Artistas) com um apanhado da ambiência sonora, poética e musical da Semana de 22.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba