Além da repercussão na imprensa nacional e paraibana, o cochilo do procurador do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), José Raimundo, na 7ª sessão de julgamento realizada pela 4ª Câmara do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), causou também intenso debate entre membros dos organismos da Justiça na Paraíba.
Oficialmente, o Ministério Público da Paraíba e o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) não se manifestaram, mas o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia, e o coordenador do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), comentaram o assunto.
O presidente da OAB criticou o fato de o TJPB não ter chamado a atenção do membro do MP no mesmo dia em que, segundo ele, um membro da advocacia ter sido repreendido pela falta do uso de gravata durante a sessão remota. Segundo Paulo Maia, “a simbologia, ainda que os atos tenham sido praticados sem intenção de menosprezo, aponta para a real distância entre a advocacia e os poderes”, disse em post no Instagram.
Já o coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, defendeu o membro do Ministério Público. “Tenho visto diversas manifestações acerca de um cochilo ocorrido durante a sessão de julgamento do TJPB, por meio de uma aplicação de vídeo chamada. Ocorre que o membro do mppb que tirou o cochilo, é um senhor de 73 anos de idade, logo tem todo direito de cochilar, até porque não é fácil aguentar essa liturgia vetusta, ultrapassada, que é nossa Justiça”, defendeu o promotor Octávio Paulo Neto.
Na avaliação do promotor, a liturgia da Justiça deveria tornar-se mais ágil e menos burocrática, para evitar incidentes como o que ocorreu no TJ. “Pelo visto a pandemia apenas digitalizou a burocracia e o eterno e nefasto bailado incompreensível.. Será que não é chegada a hora de acelerar a transformação da prestação jurisdicional … Tornar mais ágil … Menos burocratizada.. menos cansativa …”, disse.
O que diz a psicologia?
Embora não possa afirmar ser este o caso do procurador José Ramundo, a psicóloga Carla Ramalho destacou que são muitos os fatores que podem levar uma pessoa a dormir durante uma reunião virtual, desde uma noite de sono mal dormida até o estresse físico e emocional causado, inclusive, pelo contexto da pandemia.
“Cansaço excessivo, a falta de tempo para descanso, alterações de tireóide, não dormir bem à noite, doenças como anemia e diabetes, uma somatização de coisas que acometem a pessoa não dormir à noite, então vai participar da reunião, que no momento não estava participando ativamente, não era a vez da fala dele, e diante de tudo isso, do cansaço, da idade, e de uma vida estressante, pode provocar essa sonolência”, ressaltou. (Ouça abaixo).
Veja vídeo da sessão em que o procurador cochila:
https://www.youtube.com/watch?v=lXjRhqHFkXc
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba