A última reunião de Conselho Universitário (Consuni), realizada na sexta-feira (12) para tratar da divisão dos recursos da Emenda de Bancada nº 71160013 foi longa e acabou em derrota para o reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Valdiney Veloso. Os conselheiros aprovaram, por maioria absoluta, a distribuição do dinheiro para a conclusão do Prédio do Centro de Educação (CE), para o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), para o Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular (NUPO) e para o Fest Aruanda.
A Emenda, apesar de entrar no Orçamento 2023, foi aprovada no segundo semestre de 2022, quando Frei Anastácio (PT) estava na Câmara Federal. Foi dele a maior parte da destinação de recursos para a Reestruturação e Modernização da UFPB. De um total de R$ 5.950.000,00 (cinco milhões, novecentos e cinquenta mil reais) aprovados pela Bancada, Frei Anastácio conseguiu de RS 3.150.000,00 (três milhões, cento e cinquenta mil reais). Em Ofício encaminhado a Valdiney Veloso em 2 de maio conforme mostrou o Política por Elas (PPE) em reportagem exclusiva, o petista deu as orientações de como e onde o dinheiro deveria ser alocado.
Ocorre que, apesar da sinalização do deputado federal, Valdiney Veloso anunciou que “as demandas do CE, NUPPO e CCHLA” não poderiam ser atendidas. Segundo ele porque “o recurso é de bancada, não do parlamentar individualmente. Dar destino diferente do que foi defendido [por Valdiney] é, no mínimo, trair a bancada paraibana”, disse o reitor que havia decidido injetar o dinheiro nos “prédios inacabados de pós-graduação, que inclui [sic] também o Bloco D do CE”.
Todavia, documento a que o PPE teve acesso mostra que mais de 50% dos valores destinados à UFPB por meio do Orçamento Impositivo partiu mesmo do Frei Anastácio. Sendo assim, o pedido do agora ex-deputado petista deveria ser respeitado. Foi esse o argumento que Diretores de Centros prejudicados com o “confisco” das verbas por parte do reitor alegaram ao Consuni, que ouviu também o próprio Valdiney e a pró-reitora, os únicos a rejeitarem a proposta.
Rodrigo Freire, diretor do CCHLA comemorou a decisão do Conselho Universitário: “O Consuni debateu atentamente, todos os conselheiros questionaram, foi uma discussão longa. O debate foi muito produtivo, esclarecedor. Então, praticamente a votação para seguir a proposta de Frei Anastácio foi por unanimidade. Venceu o respeito que a Universidade tem e a boa relação com a Bancada paraibana”, disse Freire.
Apenas Valdiney e Liana saíram fragilizados dessa queda de braço que poderiam ter evitado. Moral da história: não entre numa briga que já sabe perdida. A universidade e seus conselhos não toleram autoritarismos. A decisão do Consuni é prova disso.
Fonte: Assessoria
Créditos: Assessoria