O presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, Roberto Magliano, confirmou confirmou na manhã desta quarta-feira (6) que está em fase final a elaboração de um protocolo ético e técnico para ajudar os profissionais de saúde a estabelecer critérios para escolher quais pacientes devem ser atendidos prioritariamente em leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) em caso de busca maior que a oferta, como já acontecem em outros estados como Ceará, Amazonas e Pernambuco, onde há filas de espera para a internação. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Magliano disse que o processo de escolha é “macabro”, mas admitiu que se houver maior crescimento dos casos de coronavírus na Paraíba do que a quantidade de leitos, será inevitável que o protocolo seja posto em prática para escolher quem será atendido primeiro.
“Posso dizer a vocês que aqui na Paraíba já estamos em vias de concluir um protocolo assim que parte da experiência do que aconteceu na Itália, nos Estados Unidos, em São Paulo e em Manaus porque na Paraíba é possível que não tenhamos leitos suficientes para colocar todas as pessoas com Síndrome Respiratória Aguda Grave e para um médico decidir quem vai receber a atenção mais imediata ou um respirador, é muito difícil. Então, um protocolo com crittérios é muito importante. Um deles é o da precedência. Significa dizer que se um paciente já está entubado, mesmo que chegue um em estado mais grave não vamos tirar o equipamento do primeiro. Se tivermos a infelicidade de termos uma criança ou jovem e um idoso precisando de um respirador, não vamos dar prioridade ao jovem em detrimento do adulto. Entendemos que até outros scores (placares) temáticos, critérios em que se atribuem pontos à condição clínica do paciente, obedecendo à questão da precedência e o médico vai ter que decidir quem é prioritário para o tratamento em detrimento do outro”, disse Magliano.
A Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e a Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência) lançaram o “Protocolo de alocação de recursos em esgotamento durante a pandemia por covid-19”, com uma tabela de critérios que devem ser observados na tomada de decisão. Elas devem se nortear, basicamente, por três critérios: gravidade, maior grau de sobrevida e capacidade do paciente. Na Paraíba, o protocolo seguirá os mesmos nortes, mas com algumas variações.
“Nosso protocolo não difere muito, não. Temos que ver o acometimento dos órgãos, por exemplo”, explicou o presidente do CRM.
Fonte: Parlamento PB
Créditos: Parlamento PB