Se você sofre com esse problema de pele sabe como a acne incomoda: podendo aparecer na forma de espinhas, cravos ou inchaço, ela surge como consequência do entupimento dos poros da pele. Óleos e células mortas são os causadores da obstrução – e quem tira proveito dela é uma bactéria, a Cutibacterium acnes, que gera inflamações vermelhas e irritadas.
Quando a acne é leve ou moderada, normalmente o tratamento é tópico (cremes externos) e com derivados de peróxido de benzoíla. Mas esse composto muitas vezes causa branqueamento da pele, ressecamento e irritações com ardência. Antibióticos também são utilizados quando há lesões maiores, mas eles estão se tornando cada vez mais ineficazes por conta da resistência das bactérias. Se a acne for grave e houver histórico familiar do problema, muitas vezes se utiliza o agressivo Roacutan, a base de um composto chamado isotretinoína, que pode causar diversos efeitos colaterais (ressecamento agressivo dos lábios, dores na cabeça, articulações e até problemas psicológicos) no organismo de quem está passando pelo tratamento.
Todos os tratamentos disponíveis para acnes leves e moderadas tentam matar as bactérias. Mas pesquisadores americanos resolveram arriscar outra possibilidade: bloquear a resposta inflamatória que elas causam. Para testar, eles usaram uma nova classe de produtos químicos anti-inflamatórios em células de laboratório. Eles bloquearam um receptor chave para a inflamação, impedindo o desenvolvimento da acne. De quebra, como um bônus, ainda mataram as Cutibacterium acnes. Após esses resultados positivos, os cientistas escolheram o composto mais promissor para o teste em seres humanos.
O escolhido se chama SIG1459. Foi usado em testes com 65 adultos que possuíam acne leve a moderada. No experimento, havia três cremes idênticos: um com o já conhecido peróxido de benzoíla, outro com SIG1459, e o último era placebo. Cada participante recebeu um dos três para aplicar no rosto duas vezes por dia, durante oito semanas.