Patrocínio simultâneo

'PATROCÍNIO SIMULTÂNEO': alvo da ‘Famintos’, secretário de Campina Grande foi citado em reportagem sobre atuação de Michelle Ramalho

Uma dessas parcerias foi noticiada pelo site Globo Esporte, da TV Globo, em 23 de dezembro de 2018 sobre a campanha da atual presidente para chegar ao poder.

Alvo de denúncia do Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Operação Famintos, que investiga desvios nas verbas da merenda em Campina Grande, o atual secretário de educação da cidade, Rodolpho Gaudêncio, atuou profissionalmente com a atual presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, cuja ascenção à entidade esportiva é alvo de suspeitas.

Uma dessas parcerias foi noticiada pelo site Globo Esporte, da TV Globo, em 23 de dezembro de 2018 sobre a campanha da atual presidente para chegar ao poder.

Conforme a reportagem, Gaudêncio foi designado por Ramalho para atuar no processo do mecânico Antônio Patrício, que perdeu a visão após ser atingido por uma pedrada em um jogo entre Botafogo-PB e Sport, no Almeidão. Ele ficou conhecido em todo o país após reportagem da Globo.

De origem humilde, analfabeto e agora deficiente, Antonio não conseguiu mais arranjar emprego. A família pediu indenização de R$ 1 milhão de reais à CBF e escolheu o escritório de Michelle para atuar na defesa.

Conforme a reportagem do Esporte Espetacular, durante o processo, Michele transferiu a defesa da família de Seu Antônio para seu amigo Rodolfo Gaudêncio, cujo endereço profissional era o mesmo que o dela: Rua Joaquim Nabuco, Centro, em João Pessoa.

Em seguida, Michele recebeu uma procuração da CBF, assinada pelo então presidente Marco Polo Del Nero, para que atuasse no mesmo caso em defesa da entidade. Dessa forma, segundo a reportagem, o escritório de Michele Ramalho teria atuado para os duas partes. Tal conduta pode ser tipificada no Código Penal como Patrocínio Simultâneo, que prevê detenção e multa.

Na ocasião, Michele convenceu a família a aceitar um acordo com a CBF. Do pedido inicial de R$1 milhão de indenização, Antônio teve direito a R$50 mil, dos quais R$10 mil foram utilizados como pagamento dos honorários do escritório.

Por meio de nota, na época dos acontecimentos, Michelle Ramalho afirmou que as denúncias devem ser recebidas com naturalidade porque “as mudanças em curso no futebol paraibano estão causando enormes desconforto àqueles que estão acostumados com as ilegalidades de antes da minha posse”.

Na última semana, em relação às investigações da Famintos, Rodolfo Gaudêncio disse que recebeu com ‘indignação’ a informação sobre a denúncia. Disse também que, desde o início da operação, manteve a postura de colaboração com as investigações e que, após tomar conhecimento dos autos, vai apresentar a sua defesa. O espaço segue aberto.

Confira, abaixo, documentos que mostram a atuação de Michelle Ramalho e Rodolfo Gaudêncio no processo entre a CBF e o mecânico Antônio Patrício.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba