Quatro meses após morte do ator e diretor, José Pimentel, disputa pela paternidade entre família e sócios foi parar na Justiça
A tradicional Paixão de Cristo do Recife, que ocorre todos os anos no bairro do Recife, está envolvida em nova polêmica. Menos de quatro meses após a morte do ator e diretor José Pimentel, a família dele trava uma disputa judicial pelo espetáculo com os antigos coprodutores da obra.
Em resposta a uma ação de autoria da filha única do artista, Lilian Pimentel, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu impedir os produtores Paulo de Castro e Antônio Pires – ex-sócios de Pimentel na peça – de utilizarem a imagem, o nome e qualquer criação do ator em uma produção futura.
A Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), que é liderada por Paulo de Castro, pretende montar o espetáculo no próximo ano, com novo texto, direção e elenco. O ator Bruno Garcia, inclusive, já foi anunciado no papel de Jesus Cristo.
Uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (30), no Museu do Trem, no centro do Recife, apresenta o projeto à imprensa. A família de Pimentel, no entanto, não concorda com as mudanças e já está trabalhando em uma encenação própria, preservando o texto original do ator, com direção de José Francisco Filho.
Ouvido pela Folha de Pernambuco, Paulo de Castro afirma que ainda não foi notificado oficialmente sobre a liminar. “Não estamos usando nada de Pimentel. A gente apenas estava propondo uma homenagem a ele. Mas se a família achar que não devemos e isso for legal, não faremos, mas o espetáculo será apresentado”, adianta. Ainda de acordo com o produtor, o direito de usar o nome da Paixão de Cristo do Recife não pertence à família do artista. “Todos os contratos das edições anteriores estão no nome da Apacepe”, diz.
Lilian Pimentel, no entanto, defende que o direito de produzir a peça é dos herdeiros do ator e diretor. Ela defende o legado do pai. “Todo mundo sabe que a Paixão de Cristo do Recife foi criada pelo meu pai, quando ele deixou Nova Jerusalém. Procurei na justiça o meu direito, da minha filha e da minha mãe. Quero dar continuidade ao legado dele, como ele pediu e deixou registrado por escrito antes de morrer”, aponta a produtora. Lilian Pimentel afirma ainda não ter sido consultada sobre a montagem da Apacepe.
Fonte: Folha PE
Créditos: Folha PE