Oncologista fala sobre os paradigmas que ainda existem entre os pacientes oncológicos
Em outubro, as pessoas usam rosa em novembro azul, para lembrar a população da patologia que mais mata mulheres e homens no país: câncer de mama e de próstata. Mas, afinal, o que realmente essas ações coletivas podem contribuir para salvar vidas? Para sanar todas essas dúvidas, o médico oncologista Thiago Lins de Almeida pontua as principais maneiras de prevenir e combater os tipos de câncer mais frequentes entre homens e mulheres.
Para o médico, pós-doutor em oncologia, além das orientações já popularizadas (como o autoexame) existem inúmeras opções simples e de alcance a todos que podem ajudar na luta contra o câncer. Entre elas, está a boa alimentação que é essencial em cada etapa do tratamento oncológico: cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
O principal objetivo do Outubro é incentivar as mulher, e até os homens, a importância do diagnóstico precoce, que muito além do autoexame. Por isso, o especialista em câncer deve ser procurado o quanto antes, sobretudo em casos de hereditariedade da doença. “Precisamos quebrar o tabu que as pessoas ainda têm de só procurar o oncologista quando já estão diagnosticadas com algum tipo de tumor”, ressalta Dr. Thiago Lins.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a incidência anual do câncer de mama em mulheres é de 66,2 mil casos. O que representa 29,7% dos casos de câncer em pessoas do sexo feminino. “Portanto, quanto mais precoce for o diagnóstico e início de tratamento, maior será a chance de cura e qualidade de vida ao paciente”, pontua o oncologista.
No Novembro Azul, campanha de prevenção ao câncer de próstata, a intenção também é quebrar paradigmas sobre a doença que mais ocorre em pessoas do sexo masculino. Segundo o Inca, a cada ano cerca de 30% dos brasileiros são diagnosticados com essa neoplasia, ou seja, mais de 65,8 mil homens.
São os médicos especializados em oncologia que estão capacitados para encontrar o melhor tratamento para cada tipo de câncer: radioterapia, quimioterapia, braquiterapia, eletroterapia, fisioterapia, exercícios físicos e psicoterapias. É tarefa do oncologista orientar seus pacientes para que todos possam levar uma vida mais tranquila e com dignidade. Afinal, com as orientações corretas – feitas através das avaliações de biópsia e demais exames – as pessoas oncológicas podem sim viver com qualidade enquanto buscam suas curas.
Sendo assim, diante de tantas novas tecnologias, é tempo de aproveitar as facilidades de acesso às informações para se conhecer um pouco mais sobre os cânceres de mama e próstata. Enquanto não se tem a cura definitiva da doença mais letal do país, proporcionar o alívio da realidade, seja através do encaminhamento à psicologia ou terapias holísticas, também é papel do oncologista.
“Falar de câncer ainda é um estigma para milhares de pessoas e nossa missão também é desmistificar os sentimentos ruins que surgem ao ouvir a palavra câncer. A palavra medo, por exemplo, é a que mais escuto no consultório quando informo o diagnóstico aos pacientes. Então, preciso ajuda-los a lidar com o prognóstico, para que os bons resultados sejam alcançados”, explica Dr. Thiago Lins.
Não se pode esquecer ainda que nos últimos dois anos o país passou por uma pandemia que consequentemente atrasou inúmeros tratamentos e até mesmo os diagnósticos de câncer em milhares de brasileiros. O Outubro Rosa e Novembro Azul chegam para incentivar a população a se cuidar e ficar atenta aos avisos que o corpo humano dá. Cabe ao oncologista estabelecer um bom relacionamento com o paciente oncológico, principalmente porque os tratamentos do câncer costumam ocorrer a longo prazo.
COMO SURGIU O OUTUBRO ROSA NO BRASIL:
A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa, foi a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP. No dia 02 de outubro de 2002 quando foi comemorado os 70 Anos do Encerramento da Revolução, o monumento ficou iluminado de rosa “num período efêmero” como relembra o secretário da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, o Coronel PM (reformado) Mário Fonseca Ventura.
Essa iniciativa foi de um grupo de mulheres simpatizantes com a causa do câncer de mama, que com o apoio de uma conceituada empresa europeia de cosméticos iluminaram de rosa o Obelisco do Ibirapuera em alusão ao Outubro Rosa, movimento que surgiu nos Estados Unidos da América, em 1990.
Em maio de 2008, o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama sediado em Santos-SP, em preparação para o Outubro Rosa, iluminou de rosa a Fortaleza da Barra em homenagem ao Dia das Mães e pelo Dia Estadual (São Paulo) de Prevenção ao Câncer de Mama comemorado todo terceiro domingo do mês de maio.
COMO SURGIU O NOVEMBRO AZUL NO BRASIL:
O Novembro Azul chegou ao Brasil em 2008, trazido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia. A primeira campanha teve como lema “Um Toque, Um Drible”, de modo a criar consciência sobre o câncer de próstata, derrubar o preconceito e incentivar os homens se consultar e a fazer o exame se necessário
Hoje, o Novembro Azul no Brasil é marcado por diversas ações de divulgação sobre o câncer de próstata, como palestras sobre medidas de prevenção e campanhas para a realização do exame físico (toque) e do PSA (exame de sangue que detecta alterações do antígeno prostático específico, que podem ser indicativas dessa neoplasia
Novembro Azul surgiu em 2003 em Melbourne, na Austrália, a partir da iniciativa de dois amigos, Travis Garone e Luke Slattery. Os dois estavam se divertindo em um pub e cogitaram se ficariam bem de bigode, que estava fora de moda na época.
Então, inspirados pela campanha da mãe de um colega, que levantava fundos para o combate ao câncer de mama, Travis e Luke tiveram a ideia de associar o bigode com a conscientização sobre a saúde masculina. Eles escolheram o mês de novembro para deixar o bigode crescer, pois, no dia 17, já se comemorava o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. Naquele ano, cerca de 30 amigos aceitaram participar da campanha e, como muita gente se interessava pelos bigodões, a história foi se espalhando cada vez mais.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba