Por Walter Santos
O blog do analista politico Walter Santos traz uma análise nesta terça-feira (22) sobre as acusações e condenação da Arquidiocese da Paraíba em crimes de abuso sexual. Segundo ele, os erros, se existirem, devem ser reconhecidos pelo arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, e não escondidos ou serem usados apenas como retórica na expressão de que ‘já está colaborando ou lamentar apenas a postura do Procurador do Trabalho na Paraíba’.
Walter analisa ainda que, como entidade sem fins lucrativos e de apoio a sociedade, a Igreja Católica tem levar em consideração o exemplo do Papa Francisco que, em vários discursos, reconheceu casos de pedofilia e abuso sexual dentro da instituição religiosa.
Confira a publicação:
O dever-de-casa da Igreja Católica da Paraíba é reconhecer os erros, se existirem, e seguir o exemplo do Papa Francisco
O ano de 2019 começou com um forte abalo na imagem da Igreja Católica da Paraíba com a super-exposição da Rede Globo e mídia mundial do escândalo de exploração sexual na fase do arcebispo Dom Aldo Pagotto, conforme reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo.
Ato contínuo, o atual arcebispo Dom Manoel Delson foi a público questionar a postura do Procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, por dar visibilidade a um processo em segredo de justiça ainda informando que a Igreja tem contribuído para elucidar o caso.
A HISTÓRIA E O EXEMPLO
Não é de hoje, nem de exclusividade da Paraíba, a existência comprovada de líderes religiosos com a temática da exploração sexual. Basta levar em conta as últimas decisões do Papa Francisco pedindo desculpas aos fiéis pelos fatos reais registrados em diversas partes do mundo.
O digno arcebispo Dom Manoel Delson precisa urgentemente adequar seu discurso, sua retórica porque muito além do aspecto da contestação do vazamento da informação em caráter sigiloso está a essência de tudo, a existência da exploração sexual inaceitável para uma Referência milenar como é a Igreja Católica.
Ora, se a mesma quer ser modelo exemplar na sociedade, então a Igreja não pode encobrir seus pecados nem se furtar a reconhecê-los, quando existirem, porque a negação implicará cada vez mais em perdas de fiéis e o fim da decência.
Dom Delson precisa fazer o mesmo do Papa Francisco antes que perdure o sentimento de impunidade afetando seja quem for.
O PODER FINANCEIRO E A NOVA POSTURA
Ao longo da História, a Igreja Católica tem enfrentado muitas rebeliões conceituais pela politica adotada em várias fases exatamente quando se deixou misturar com os podres líderes econômicos e financeiros em detrimento da fé cristã.
Martinho Lutero foi o primeiro insurgente contra práticas não recomendáveis, pois como sacerdote, não aceitara a decisão da prática de indulgência (compra do perdão) levando a Igreja a acumular fortunas.
Outro movimento revisionista tirando muitos fiéis foi o Calvinismo, que também contestando a postura da Igreja Católica Romana, se rebelou. Eles se diferem sobre a presença real de Cristo na Eucaristia.
Felizmente, nos últimos anos o Vaticano se redimiu trazendo ao mundo o Papa Francisco e sua doutrina formidável de reenquadramento da Igreja Católica de forma exemplar.
NOS TEMPOS MAIS RECENTES
A Igreja Católica tem perdido fiéis por diversos fatores. Recentemente, ao fazer opção pelos mais pobres, levou muitos ricos e de classe média às igrejas evangélicas.
Mas de recompôs com a historia pelo menos ao seguir a doutrina e postura de bispos como dom José Maria Pires e dom Marcelo Cavalheira, dando peso às boas relações do cristianismo com a luta contra a miséria e pobreza.
Por fim, na atualidade ou se recompõe olhando para frente reconhecendo erros e pedindo perdão ou vai ficar cada vez mais sem fiéis num universo de muita propriedade.
Fonte: Wscom
Créditos: Wscom