Estamos chegando ao terceiro mês do ano, e nesse começo de 2022, junto com a pandemia que continua assolando o Brasil, a insegurança é um problema que infelizmente, está cada vez mais presente no nosso cotidiano.
O aumento no número de assaltos, está preocupando a população pessoense e paraibana. Nessa matéria, iremos elencar alguns dos motivos que ocasionaram, essa situação e as soluções que às autoridades, pretendem tomar, para frear a criminalidade.
Nos primeiros dias de 2022, houveram manifestações expressivas das forças de segurança, no nosso estado. Policiais e Bombeiros Militares reivindicaram melhores salários, pagamento dos extras, e a insatisfação contra a Lei de Proteção aos Militares, aprovada pela Assembleia Legislativa, no final de 2021. Esses protestos mostraram o racha na base, da segurança pública na Paraíba, lideranças politicas opostas ao Governador João Azevêdo, tomaram a frente nessas manifestações, cobrando ações afirmativas do Governador, perante os militares.
Rumores de greve na segurança pública, ecoaram no final de Janeiro, e o Governador, não recuou às pressões de fora e de dentro das instituições militares, ” Para proteger a população e manter a ordem, irei às últimas consequências. Não admitirei coisas do tipo como operação padrão ou greve branca, como foi insinuado em áudios e vídeos por quem está na política e tenta usar os policiais para confrontos inconstitucionais e fora de propósito. Policial é para combater o crime, promover a paz social e proteger a sociedade. E não para fazer política partidária e eleitoral nos quartéis e dentro da categoria”.
Ele também lamentou a politização praticada por setores minoritários da tropa e não descartou acionar o Poder Judiciário. “Não me furtarei em nenhum momento a acionar o Ministério Público e a Justiça paraibana, se for o caso, para restabelecer as funções hierárquicas e constitucionais das forças de segurança. Espero não ter que fazê-lo, mas para manter a ordem e a convivência harmônica da sociedade paraibana jamais fugirei às minhas responsabilidades”, declarou.
Após uma rodada de negociações, que duraram todo o mês de Janeiro, foi acordado com o Governador e com as lideranças, as seguintes melhorias, ” Reivindicações antigas e históricas da categoria foram atendidas, a exemplo da paridade entre os policiais da ativa e os aposentados e pensionistas. Demos um reajuste salarial de 10% a todos, aumentamos plantões extras em até 92,9% para cabos, soldados e sargentos e do cartão alimentação em 24%. A menor remuneração de um soldado será de R$ 4.206, 87, incluindo os plantões este valor poderá chegar a R$ 6.800,00, podendo ser ainda maior se as horas forem prestadas em finais de semana, o que elevará a remuneração total de um soldado ao patamar acima de R$ 8.000,00″.
Quem sai prejudicado com esses confrontos, é a sociedade civil, que se sente cada vez mais desprotegida em um ambiente militar, que infelizmente não parece trabalhar de forma coesa. J.P, 27 anos, moradora do Rangel, não aguenta mais a sensação de medo, ao precisar pegar o ônibus na saída do trabalho na Epitácio Pessoa, ” As ruas são escuras, temos que sair em um grupo grande de colegas da empresa, o medo de assalto, é algo recorrente, e quanto mais o ônibus demora, maior é a nossa apreensão”. J.P, infelizmente já sofreu mais de um assalto, caminhando nas ruas da capital, ” Já fui assaltada três vezes, em uma delas, foi faltando poucos metros para chegar em casa, o assaltante, disse que meu celular era de pobre, e nem quis levar, das três vezes em que fui assaltada, essa foi a pior, a sensação de ser humilhada, por não ter um celular ” atraente”, ao bandido, me fez sentir a pior pessoa do mundo”.
O Secretário de Segurança, Jean Nunes, entende que a recente paralisação das atividades por parte de algumas categorias de policiais, tem contribuindo para o aumento nos números de crimes. Ainda segundo o secretário, a briga de facções e o tráfico de drogas também é fator influenciador no aumento da insegurança nas ruas. Jean afirmou que após essa última rodada de negociações, quase a totalidade do efetivo está nas ruas, e com isso, a situação deve voltar à sua normalidade, ” Muitos policiais ficaram afastados, com essa última onda de covid na Paraíba, e agora com o pagamento dos extras, o efetivo está praticamente completo nas ruas, iremos fazer Blitzs e operações mais ostensivas nas ruas, e esperamos com isso trazer de volta a tranquilidade do povo paraibano”.
Enquanto o número de homicídios no estado tiveram queda em 2021, o aumento no número de crimes contra o patrimônio, que são os roubos e assaltos, estão em clara crescente em 2022, R.N, 29 anos, morador do Cabo Branco, foi assaltado no bairro de Tambiá, e foi feito refém, em um assalto que ocorreu em uma loja no centro de João Pessoa, tudo isso em apenas duas semanas, ” Foi uma sensação horrível, a insegurança é latente em João Pessoa, algo urgente precisa ser feito. A pandemia não acabou, a nossa vida não está nem perto da normalidade, de 2019, nós não temos a liberdade de irmos, aos locais, e quando precisamos sair para comprar algo, ou se distrair, temos que nos preocupar com o vírus e com os bandidos”.
Algumas entidades solicitaram ao Secretário, o emprego de tropas federais, para ajudar na segurança do estado, mas para Jean Nunes, isso não é algo que esteja em discussão na Paraíba, ” Concordo quando se fala da dificuldade, e da necessidade de a gente fazer melhoramento no nosso policiamento, isso é verdade, é fato. Agora não concordo com esse chamamento de polícias e tropas federais”
Para o Secretário quem tem de cuidar da segurança, é o estado, ” A obrigação de cuidar da segurança pública do estado é nossa. Não posso delegar essa obrigação, nós temos que solucionar esse problema da forma mais rápida possível”
É nessa situação complicada, com várias variáveis que precisam ser solucionadas, que esperamos que a situação da segurança pública no nosso estado, se resolva da maneira mais rápida e democrática possível, os militares merecem melhores condições de trabalho e a sociedade civil, precisa de tranquilidade para viver a vida, nesse mundo pandêmico.
Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba