O jornalista e radialista cajazeirense Nonato Guedes anunciou que, finalmente, vai escrever um livro. Após tantos anos de profissão e muito incentivo dos parentes e amigos, o jornalista decidiu que chegou o momento. Em conversa com o Polêmica Paraíba, Nonato disse que “o mano poeta Linaldo Guedes convenceu-me”.
“Vou resgatar alfarrábios e, sobretudo, puxar pela memória para documentar o tempo que vivi nos anos de chumbo em Cajazeiras, a terra que ensinou a Paraíba a ler”, destacou. Ele relatou que é “remanescente da geração que desafiou o arbítrio, talvez sem ter muita consciência política do que isto representava”, contou.
“Foi através de uma notícia que divulguei, na rádio Alto Piranhas, sobre a prisão e tortura de Edval Nunes, o Cajá, no Recife, que a então emissora da diocese de Cajazeiras foi punida com a retirada do “cristal”. Havia antecedentes. Dei cobertura, na mesma emissora, à romaria de Bosco Barreto a Juazeiro do Norte-CE. Atuei junto a padres italianos que foram “expulsos” do Brasil como Albino Donatti e Giuliano Pellegrini. Fui membro da Comissão de Justiça e Paz da diocese de Cajazeiras, por sugestão do padre Gervásio Fernandes de Queiroga. Presidi o cineclube Vladimir Carvalho, idealizei “Tribuna Popular”, impresso em mimeógrafo que incomodava poderosos de plantão”, relatou, mostrando que há muito o que contar em um livro.
Além de comunicador e profissional de opinião, Nonato Guedes relata que ficou em segundo lugar “num festival de poesia que premiou Gutemberg Cardoso pelo seu poema ‘Prisioneiro’. Há, sim, o que contar. Ainda que seja a última coisa que eu faça, numa homenagem a Linaldo Guedes, à minha mulher Bernadeth, a meu filho Daniel Guimarães, à minha mãe, dona Josefa Guedes, a tantos quantos vivenciaram, cada um a seu modo, ‘a longa noite das trevas’!, finalizou.
Créditos: Polêmica Paraíba