Polêmica

Nilvan Ferreira chama de imbecis as pessoas que reclamam do cronograma de vacinação no Brasil; economista rebate: “Nilvan, imbecil é você!”

O Economista Aldo Ribeiro, citou uma fala do apresentador Nilvan Ferreira em um artigo publicado no Blog do Jornalista Tião Lucena.

De acordo com o economista, em seu programa na TV Correio, Nilvan  falou sobre a quantidade de doses aplicadas em Israel, e comparando com a quantidade de doses aplicadas no Brasil chamou as pessoas que reclamam do cronograma de vacinação no país de “imbecis”.

Aldo Ribeiro, economista

“Tomei um susto com a agressividade, e com seu desserviço, quando o mesmo deveria informar por exemplo, que no ano passado Bolsonaro deixou de comprar 120 milhões de vacinas da Pfizer e da Coronavac, pra fazer politicagem com a pandemia. A mesma politicagem que ele fez no seu programa com aquela agressão gratuita. Esqueceu de informar ao seu distinto público, que o epicentro da pandemia hoje, é o Brasil.” Escreveu Aldo.

Confira o texto na ìntegra: 

“Querem sangue, querem lama. Querem à força o beijo na lona. E querem ao vivo”. Os versos da canção Freud Flintstone do longínquo ano de 1996, já indicava a “datenização” da TV brasileira. Programas popularescos com forte apelo à violência das grandes cidades, entrando na casa das famílias brasileiras. Se tivermos um pouco mais de critério sobre o ressurgimento dessa extrema direita nefasta, que na verdade nunca morreu, apenas não encontrava ressonância em grandes veículos de comunicação, chegaremos à conclusão de que encontrou de fato voz nessa época. E infelizmente, conseguiu contaminar o cidadão mais comum, cujo principal passa tempo à época, era assistir TV na sala de sua casa junto com sua família.

Não costumo assistir esses programas de meio-dia. São sugadores de energia. Muitos me rebatem dizendo que “é a realidade”, mas existem outras formas de informar a realidade. O problema é que violência é um negócio rentável e vende mais do que outros produtos. É do ser humano. Psicologia comportamental.

Ocorre que nessa semana, na casa dos meus pais, onde assistem regularmente esse tipo de programa, me deparo com o apresentador Nilvan Ferreira, teorizando sem nenhum argumento técnico ou científico sobre a quantidade de doses aplicadas em Israel, e comparando com a quantidade de doses aplicadas no Brasil. Na fala, faz uns remendos numéricos pra justificar seu argumento, e solta algo parecido com, “e ainda tem alguns imbecis, que ficam reclamando da vacinação do Brasil”.

Tomei um susto com a agressividade, e com seu desserviço, quando o mesmo deveria informar por exemplo, que no ano passado Bolsonaro deixou de comprar 120 milhões de vacinas da Pfizer e da Coronavac, pra fazer politicagem com a pandemia. A mesma politicagem que ele fez no seu programa com aquela agressão gratuita. Esqueceu de informar ao seu distinto público, que o epicentro da pandemia hoje, é o Brasil. Que nos EUA hoje, o vírus mata diariamente algo em torno da metade do que se mata no Brasil, tendo uma população 50% maior. Na França, terceiro país onde o vírus mais mata diariamente, morre-se 7 vezes menos do que aqui. Que países vizinhos tem a pandemia sob controle. Que até 19/03, o Brasil havia vacinado menos de 6% da população, correspondente a pouco mais de 11 milhões de pessoas. Nos EUA já se aproximam dos 100 milhões de doses aplicadas. Reparem, isso são dados. Informações consolidadas. Não são números jogados ao léu, pra satisfazer uma parcela idiotizada da sociedade no afã de agradar seu eleitorado. Sim, esse tipo de narrativa que Nilvan cria e dissemina em um programa com forte apelo popular, é também pra manter acesa sua chama eleitoral. E quando vejo um tipo de declaração dessa, ao vivo, num programa de TV, me dou conta da grande enrascada que João Pessoa se livrou. E aqui falo como cidadão. Independente das bandeiras pelas quais milito.

É bom reforçar: Bolsonaro, o presidente que Nilvan vergonhosamente passa pano na TV, é um doente mental com sinais de psicopatia, que está levando o país ao buraco. Faz da pandemia instrumento político pra dividir o país, e arrastar essa tragédia anunciada até as eleições do ano que vem. Não será eleito e tentará, sem sucesso, o golpe. Quem hoje coaduna e ainda apoia esse escroto, é cúmplice da desgraça pela qual atravessa o país.

E o “imbecil” do título, é apenas uma resposta de quem naquele momento assistia o programa, ainda que forçosamente, pensa diferente de você e se sentiu ofendido. Captou?

É isso.

Por: Aldo Ribeiro – economista e progressista

Fonte: Polêmica Paraíba com Blog do Tião Lucena
Créditos: Polêmica Paraíba