De acordo com o blog Confraria do Copo, do jornalista Maurício Carneiro, do Jornal da Paraíba, o costume de jogar um pouco de cachaça no chão logo no primeiro gole em oferenda ao santo, já não é de hoje. O ritual é conhecido: despeja-se o primeiro gole da bebida no chão e em seguida se diz “Uma cachaça pro santo”. Segundo a cultura popular, a cachaça é oferecida para o santo em busca de proteção. Essa expressão e o ritual têm influência direta dos colonizadores portugueses e jesuítas.
A Dornas Havana produz dornas e barris de variados tamanhos, dentro da capacidade de 1 a 60.000 litros.
Na verdade o costume de derramar bebida no chão, antes de beber, é uma prática muito mais antiga que o próprio Brasil. O gesto nasceu de um ritual chamado “Libação”, que, segundo o jornalista Edson Borges, autor de uma vasta pesquisa sobre a relação entre a cachaça e as religiões, foi criado por gregos e romanos “e consistia em uma oferenda aos deuses para que eles provessem os lares de felicidade, harmonia e fartura”. Tais oferendas eram de vinho, azeite e leite. No Brasil, a prática foi trazida pelos colonizadores portugueses e jesuítas, e foi incorporada durante o consumo de cachaça pelos escravos.
Novidades e delícias na Rota da Cana
Nos verdes caminhos ladeados de cana, descobertas deliciosas e receitas inovadoras levam o turista a conhecer a criatividade desafiadora do nosso produtor ao fabricar o sorvete de cachaça sobremesa mais que apropriada para quem desfruta do frio ou do calor por esta região!
Para degustar um sorvete de cachaça em outras tempos, por exemplo, pode ter sido até uma tarefa bastante difícil – quase impossível! Mas hoje é uma realidade e o nosso novo destino para encontrar as melhores cachaças na Paraíba nos proporcionará isso perfeitamente! Hoje, na série Rota da Cana, vamos degustar uma das melhores cachaças do Brasil – a cachaça Triunfo – e saborear vários tipos de sorvetes com a elegância e o requinte de uma boa cachaça!
Se ainda resta alguma dúvida, então vem comigo!
Uma cachaça tipo exportação
Que a Paraíba fabrica a cachaça tipo exportação já disse aqui à exaustão, mas não custa repetir vez por outra! Para reafirmar tudo o que já foi falado por aqui, hoje vou falar de mais uma joia do Brejo, a cachaça Triunfo, nascida da luta de um casal que resolveu acreditar em um sonho – prova maior que “sonho que se sonha só, é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto, é realidade”! (Frase celebre de Miguel de Cervantes, escritor espanhol autor, dentre outras obras, de Dom Quixote de La Mancha).
Mas não venho hoje aqui para falar de literatura e sim, de cachaça! Se bem que, a história que se seguirá, poderia dar um belo romance, uma saga paraibana! Em 1994, um homem herda uma fazenda, sem ser fazendeiro e, talvez, nem espírito para tal e resolve transformar essa herança em algo mais palpável, rentável! Mas não poderia pensar sozinho. Encontrou na parceira de vida, o mesmo tino empreendedor que os levaria a criar uma marca que, por si, só, representaria o próprio “triunfo” da empreitada! A história da Cachaça Triunfo é, sem sobra de dúvidas, um misto de empreendedorismo e amor.
Com muita vontade de vencer, Antônio Augusto tinha um sonho, que não era o de ser fazendeiro. Queria fabricar cachaça! Vendeu a fazenda e comprou uma pequena moenda e um alambique, foram os primeiros passos. Esposa e parceira de lutas, como disse anteriormente, Maria Júlia participou ativamente do sonho de Antônio. Sem recursos financeiros, Antônio Augusto inventava as próprias máquinas e chegou a recusar diversas propostas de financiamento oferecidas por gerentes de bancos locais. A luta era grande, mas a vontade de vencer era ainda maior. A cada dificuldade Antônio Augusto inventava uma solução. Hoje a Triunfo vende mais 250 mil garrafas por mês e a demanda só cresce, inclusive para exportação. São 69 empregos diretos e mais de 1000 indiretos.
Engenho aberto a visitação
Com 25 anos de história, a Triunfo é uma das mais tradicionais cachaças nacionais. O Engenho Triunfo recebe, hoje, cerca de 1500 visitantes por mês, vindos de todo o Brasil e até do exterior. Ali as pessoas podem conferir de perto todo o processo de fabricação da Cachaça, conhecer a lojinha e os produtos da Triunfo, degustar as cachaças e os sorvetes de frutas tropicais com leve toque da cachaça triunfo, além de apreciar as belezas do lugar! Produzida no coração do Brejo Paraibano, na cidade de Areia, a cachaça Triunfo é exportada para o mundo inteiro.
Na metade do século 19, Areia era uma das cidades mais promissoras do Estado e possuía cerca de 120 engenhos ativos, que produziam cachaça, açúcar mascavo e rapadura. Hoje, existem apenas 27 ativos, e um deles é o Engenho Triunfo, do casal Antônio Augusto e Maria Júlia, uma das primeiras atividades de economia criativa do município. De segunda a sábado, o lugar é aberto para visitação. Nos finais de semana os turistas conhecem a história do empreendimento, veem de perto o processo de produção e provam a bebida pura ou misturada com sorvete.
Ter o próprio engenho era o sonho de Antônio. A partir da herança, foram sete anos de muito estudo e testes até que a produção começasse pra valer”, conta Maria Júlia. Mas o tino empresarial mandava Maria Júlia ir mais além! Depois que o negócio deu certo, a empresária percebeu que a fabricação da bebida não deveria ser a única fonte de renda e foi então que decidiu transformar o engenho num ponto turístico. “Um novo local para bem receber as pessoas da Paraíba, as pessoas do Brasil e as pessoas do mundo”. E acrescentou com a frase: “O desafio que a vida nos impõe, também nos dá forças para superar todos os obstáculos e o Engenho Triunfo tem na sua história essa marca. A marca da luta e da superação”. Ao final o turista vai embora com um pouco da gente e deixa um pouco dele também”, diz.
Fonte: Francisco Aírton
Créditos: Polêmica Paraíba