O suicídio da jovem paraibana da família Gadelha, Hemmi Gadelha, chocou o Estado neste final de semana, a Engenharia de Produção tinha apenas 28 anos, e foi encontrada morta em um Motel do bairro do José Américo, na noite da última sexta-feira. A polícia investiga o caso e suspeita que a jovem tenha cometido suicídio, pois ela deixou cartas a amigos e familiares antes da sua morte. Ainda não há informações de que a jovem vinha sofrendo de depressão.
O corpo de Hemmi está sendo velado na Central de Velorios Rosa de Saron, no bairro de Jaguaribe. O Enterro acontecerá as 16 horas no cemitério São José, em Cruz das Armas.
Estamos no setembro amarelo, mês que fala sobre a prevenção do suicídio e, a importância de tratar sobre a depressão com a população. Abaixo confira uma matéria sobre o assunto e uma entrevista com a psicóloga Renata Toscano, que trata dos principais sintomas que podem levar ao suicídio. É muito importante prestar mais atenção com as pessoas que estão ao seu lado e entender que depressão não é frescura.
Setembro Amarelo
O Setembro Amarelo foi criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) em 2015, a campanha Setembro Amarelo tem o objetivo de conscientizar a população e promover a prevenção do suicídio. Com o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFP) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo faz alusão ao dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
A cada 45 minutos um brasileiro tira a própria vida. Esse número já deveria ser suficiente para estimular as pessoas a se mobilizarem pela prevenção dessas mortes precoces, mas apesar dos avanços, os tabus, preconceitos e vergonhas ainda são adversários nessa luta.
Durante todo o mês de setembro diversas ações serão vistas em todo o Brasil, em um movimento chamado de Setembro Amarelo, para chamar a atenção da população para esse problema. O suicídio é um assunto complexo, pois ninguém se mata por um único motivo, mas a prevenção é possível e algumas ações podem ser feitas por todas as pessoas. Permitir que as pessoas desabafem e falem sobre seus sentimentos sem receber críticas é um meio de evitar que se pense na morte como solução para as dores.
A morte em si já é um tabu. Morte por suicídio costuma ser ainda mais, pois toca em questões de escolhas, crenças e barreiras sociais. Nesse sentido, muitas vezes há pouco debate e divulgação. Em junho deste ano o CVV lançou uma série de vídeos para se prevenir o suicídio entre jovens e adolescentes, faixa etária em que mais cresceram os índices de suicídio no país. É uma iniciativa para permitir que toda a população se engaje na causa e possa se capacitar para identificar sinais, pedir e oferecer ajuda. Os vídeos estão disponíveis no YouTube e para download no site do CVV.
Neste ano, diversos fatores levam a crer que o movimento Setembro Amarelo terá alcance recorde. A começar pelo fato de que o CVV chegou a 110 postos de atendimento em todo o país com mais de 3.000 voluntários em atuação. O movimento, no entanto, não é do CVV, mas o CVV é um dos seus mobilizadores desde o início. Quanto mais pessoas participarem das iniciativas, melhor para todos. Exemplos de ações são a iluminação em amarelo de prédios e monumentos, caminhadas e passeios ciclísticos, palestras e rodas de debate, ações dentro de empresas e distribuição de balões amarelos.
DEPRESSÃO: Paraíba já registra 121 suicídios em 2019
A Paraíba já registrou nos primeiros seis meses de 2019 cerca de 121 casos de suicídio, desses 16 foram registrados em João Pessoa, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado. Em comparação ao ano passado, esse número chega a ser maior, já que ao logo de doze meses foram registrados 190 casos.
O órgão também registra as ocorrências de tentativas de suicídios e, no mesmo período, foram contabilizados 496 casos das chamadas lesões autoprovocadas intencionalmente, ou seja, aqueles casos em que existe ameaça da pessoa querer tirar a própria vida.
Em entrevista ao Portal ClickPB, o secretário da Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, explicou que o suicídio é uma preocupação mundial. Ele reforça a importância de se atentar para a gravidade do problema e lembra que, em países desenvolvidos como os Estados Unidos, o suicídio mata mais que o trânsito. “É preocupante como esse aumento nos casos de suicídio está relacionado com o desenvolvimento dos países, que quanto mais desenvolvidos, maiores são os números de pessoas que se suicidam”, destacou.
Ele também lembrou que cresce o número de casos entre jovens, “os jovens estão inconscientemente se isolando, pois deixam de viver e ter convivência social por conta da tecnologia e das redes sociais. A consequência disso, é que muitas vezes, esses adolescentes acabam se sentido solitários. Os pais, muitas vezes, não acolhem e nem acompanham seus filhos adequadamente. Então essas necessidades da sociedade moderna tem contribuído para o aumento do casos de suicídio”, explicou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as principais doenças que podem provocar o suicídio são a depressão, transtornos de ansiedade, tristeza profunda, decepções, problemas financeiros e familiares, comportamento na internet e nas redes sociais,
Especialistas de todo o país têm discutido o aumento do número de casos de suicídio, principalmente, entre jovens e adolescentes. Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou um aumento de 24% dos casos entre os anos de 2005 e 2016 somente no Brasil. No entanto, esse número pode ser ainda maior, pois muitos casos são subnotificados.
De acordo com dados da OMS, o Brasil aparece em 8º lugar entre os países com o maior número de suicídios, estando atrás da Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coréia do Sul e Paquistão.
Entre 2006 e 2010, segundo levantamento do Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul, em taxas relativas (mortes por cem mil habitantes) tem a maior taxa do país, com 10,2 casos. Em seguida estão os estados de Roraima, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O aumento desses casos tem chamado a atenção da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que no último mês de julho, através da Coordenação de Saúde Mental, promoveu diálogo com os municípios a respeito dos serviços das Redes de Atenção Psicossocial (RAPS). Na Paraíba, um novo de sistema de notificação foi implantado e, de acordo com o técnico da Saúde Mental da SES, Lucílvio Silva, para esclarecer e ajudar melhor a sociedade sobre os serviços disponíveis no estado.
ENTENDA OS SINAIS: Psicóloga cita principais sintomas que podem levar ao suicídio
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que em média 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos, sendo a segunda maior causa de morte entre os jovens, ficando atrás de acidentes de trânsito.
A cada 45 minutos, uma pessoa comete suicídio no Brasil. A cada 10 segundos há uma tentativa e a cada 40 segundos uma pessoa comete o suicídio, no mundo.
O Setembro Amarelo não é só um mês de prevenção ao suicídio. Mas, sim um mês de valorização a vida. Sendo uma campanha existente desde 2015, aqui no Brasil, conta com o apoio da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Centro de Valorização a Vida (CVV).
Segundo a psicóloga, Renata Toscano, durante o mês de setembro, acontecem muitos movimentos e ações voluntárias, de conscientização, promovidos dentro de empresas e nas ruas.
O suicídio ainda é pouco falado, e é tido como um tabu. No dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, o Polêmica Paraíba traz uma entrevista com a psicóloga, Renata Toscano, para se aprofundar no assunto.
Confira entrevista na íntegra:
Jovem da família Gadelha é encontrada morta em motel no José Américo; polícia investiga o caso
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba