festival de churrasco

MARCOS SAVEGNAGO: De chapeiro de padaria a Rei das Carnes - De Ekonomy

A primeira dificuldade foi o quebra de paradigma, a mudança cultural. O desafio era fazer o consumidor enxergar valor no produto e pagar um pouco mais.

De chapeiro de padaria a Rei das Carnes

O empresário paulista Marcos Savegnago uniu o desejo de morar no Nordeste à vontade de montar seu próprio negócio em uma região promissora. E foi assim que, há 3 anos, ele aterrissou na capital paraibana. O administrador de empresas sempre trabalhou no setor de varejo. O primeiro trabalho foi como chapeiro em uma padaria na cidade de São Paulo. Trabalhou também em um empório e atuou como consultor financeiro.

A transição de funcionário para empresário não foi fácil. Depois de estudar por três meses o mercado de algumas regiões nordestinas, analisar a concorrência e perceber quais os desejos dos consumidores, Marcos decidiu vender alguns bens e abrir um açougue em João Pessoa, chamado Rei das Carnes.

“Na época, percebi que em João Pessoa o setor ainda trabalhava com métodos precários. A legislação não era aplicada. Então vi uma oportunidade de negócio. Acho que todo mundo tem o desejo de deixar de ser funcionário para virar empresário. Eu já vivi os dois lados. Passar por isso melhora nosso potencial como profissional. Para montar meu negócio, tive que me desfazer de alguns bens para poder investir e criar a empresa”, comenta Marcos.

O primeiro empreendimento ficava no Centro da cidade, lugar escolhido por causa do grande fluxo de pessoas que passam diariamente pela região. No fim de 2016, depois de perder muitos clientes devido à crise, Marcos decidiu focar nas classes A e B. Para ele esse foi o grande ponto de virada do estabelecimento. “Eu tinha uma facilidade de trazer produtos importados e havia um nicho de mercado que estava disposto a comprar. Deste modo, as vendas começaram a aumentar. Em 2017, todo o mês teve um incremento de venda. Mantivemos a loja no Centro e decidimos abrir uma no bairro de Manaíra.”

A primeira dificuldade foi o quebra de paradigma, a mudança cultural. O desafio era fazer o consumidor enxergar valor no produto e pagar um pouco mais. Dessa forma focou na qualidade, na garantia de procedência e no preço baixo como sendo os maiores diferenciais da empresa. Além disso, como um modo de estar mais próximo ao consumidor, há dois anos o Rei das Carnes começou a realizar workshops para ensinar a como preparar os diversos tipos de carnes.

“Eu não me limito só a vender. A gente também quer saber o que o consumidor faz com o nosso produto. Não é raro eu ir à casa de nosso cliente para saber como eles estão preparando. Foi aí que percebi que eles usavam muito mal o produto porque estavam acostumados a consumir carnes com uma qualidade inferior. Então comecei a preparar a carne e mostrar a diferença. A partir daí criamos o curso. Passamos a atingir outro nicho de mercado que são as mídias sociais. Hoje o cliente faz um churrasco, tira uma foto e nos marca. Já temos um espaço reservado para realizar esses workshops. Nem nos meus melhores sonhos imaginei que isso poderia acontecer com um açougue”, destaca o proprietário.

A empresa realiza workshops e festival de churrasco como uma forma de se aproximar do consumidor e conquistar novos nichos de mercado
O Rei das Carnes também realiza o Festival de Churrasco. A terceira edição da UNQ BBQ acontecerá em outubro. O evento reúne chefs todo o Brasil e até de outros países para mostrar como é feito o preparo do churrasco em outras regiões.

Atualmente com 35 funcionários, o Rei da Carne ganhará, até o fim do ano, mais uma nova filial no bairro de Intermares.

“Estou muito satisfeito com as realizações que conquistei. É gratificante o reconhecimento que as pessoas têm por esse trabalho. Eu não sou nenhum gênio, eu só estudei o mercado e continuo estudando. Não tenho segredo”, explica o empresário.

Foto e Reportagem: Cibelly Correia

Fonte: http://ekonomy.com.br/2018/09/09/de-chapeiro-de-padaria-a-rei-das-carnes/
Créditos: Cibelly Correia