As belezas naturais, a história marcante e a receptividade do seu povo fizeram com que a Paraíba conquistasse os 98,80% dos visitantes que estão dispostos a indicar a Região Metropolitana de João Pessoa (RMJP) como roteiro turístico. Além disso, 96,56% dos turistas pretendem retornar ao Estado. Os dados são da Pesquisa Anual do Desempenho do Turismo na Região Metropolitana de João Pessoa, realizada há 13 anos pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Econômicas e Sociais da Paraíba, e traz uma análise completa do turismo no local. O levantamento foi feito junto aos turistas que visitaram o Estado durante os meses de dezembro de 2017 e janeiro de 2018.
A maior parte dos visitantes (73,50%) teve suas expectativas totalmente correspondidas em relação à imagem que tinham da Paraíba. É importante destacar que 70,51% dos entrevistados já conheciam a RMJP, logo já sabiam o que a cidade ofertava. Outros 23,80% afirmaram ter suas expectativas superadas. Por outro lado, as expectativas ficaram abaixo do esperado apenas para 2,10%.
Por mais um ano, as praias da região metropolitana foram o principal motivo da escolha de João Pessoa para aproveitar o verão, apontado por 68,56% dos entrevistados. E eles disseram o porquê da escolha: praias de beleza singulares, praias urbanas com águas claras, mornas e tranquilas e praias em sua forma ainda bastante natural. Dentre as praias mais visitadas estão Cabo Branco (71,74%) e Tambaú (70,02%), por serem praias urbanas, mais centrais, onde há a maior concentração de hospedagem. Em seguida vêm Bessa (43,17%), Coqueirinho (38,93%), Manaíra (31,24%), Cabedelo (27,94%) e Tambaba (27,79%). Além das praias, os turistas escolheram a capital paraibana pelos atrativos naturais (29,27%), indicação de amigos e/ou parentes (23,58%), preço da viagem mais adequado (14,91%), propaganda na internet (13,82%), tranquilidade da cidade (8,67%), pela proximidade com a cidade que reside (8,40%), indicação de agências de viagens (8,13%), para conhecer a Paraíba (7,59%) e por ter familiares ou amigos residindo no Estado (7,32%).
Entre os pontos turísticos que mais atraíram os turistas estão: o Mercado de Artesanato, visitado por 55,27% dos entrevistados, Pôr do Sol na praia do Jacaré (47,26%), Hotel Tambaú (30,17%), Centro Histórico (29,54%), Parque Solon de Lucena (28,90%) e Farol do Cabo Branco (27,85%). Além dos locais visitados na região metropolitana, 11,08% dos turistas aproveitaram a viagem para conhecer outras cidades, como Campina Grande (41,89%), Sousa (8,11%) e Bananeiras (6,76%). Em Campina, os pontos turísticos mais visitados foram: o Museu da Arte Popular (1,69%), o Açude Velho (1,48%), o Parque do Povo (0,63%) e o Museu da história e tecnologia do algodão (0,42%); e em Sousa aparece o Parque dos Dinossauros com 0,42% das visitas. É importante frisar que nestes quesitos a soma dos resultados ultrapassa os 100%.
A maioria dos turistas, totalizando 60,33%, estava realizando turismo de lazer, o que representa altas consecutivas nos últimos cinco anos. Uma parcela significativa veio motivada pelo turismo familiar (27,40%), o turismo de negócios trouxe 4,04% dos visitantes e o Fest Verão Paraíba 3,14%. A maior parte dos turistas (49,25%) veio à RMJP acompanhado pela família, enquanto 30,54% vieram sozinhos, 16,32% em grupos e 3,59% acompanharam alguma excursão. A pesquisa mostrou ainda que 70,51% dos respondentes já haviam estado na RMJP pelo menos uma vez, o que mostra que os turistas estão satisfeitos. Já 29,49% visitaram a Paraíba pela primeira vez, percentual com decréscimo de 2,34p.p na comparação com igual período do ano passado.
Neste ano, o Sudeste foi a principal fonte de turistas que visitaram João Pessoa, responsável por 39,07% dos visitantes, esse resultado é superior em 4,68p.p. ao registrado em 2017. Destes, 59,39% são do Estado de São Paulo, seguidos pelos turistas do Estado do Rio de Janeiro (24,52%), Minas Gerais (14,94%) e Espírito Santo (1,15%). Os visitantes do Nordeste aparecem em segundo lugar (37,72%), sendo a maior parcela (55,16%) procedente de outras cidades paraibanas, seguidos pelos de Pernambuco (22,22%), Rio Grande do Norte (7,54%) e Alagoas (6,75%). Em relação às regiões, o Centro-Oeste enviou o percentual de 11,53%, o Sul (5,69%) e Norte (4,64%). Os turistas estrangeiros representam 1,35%, oriundos de países como Estados Unidos, Alemanha, França, Argentina, Portugal, Inglaterra e Turquia.
Do total de visitantes, 52,10% chegaram à capital de avião, 28,14% de ônibus, 13,02% de automóvel particular e 3,59% de automóveis locados. Em relação aos meios de hospedagem, a maioria (50,15%) optou pela casa de parentes/ amigos. E uma parcela de 39,22% utilizou os meios de hospedagem convencionais, entre estes 28,44% se hospedaram em hotéis, 5,99% em pousadas, 3,14% em flats/hotel residência e 1,65% em hostel. Cabe destacar que o número de pessoas que utilizaram a rede hoteleira, este ano, foi superior em 4,83p.p ao registrado em igual período de 2017.
O tempo médio de permanência do turista na região metropolitana é de nove dias. O gasto médio constitui outro dado importante, e a pesquisa destacou que, por dia, o turista gasta, em média, R$105,46, o que representa uma leve expansão de 0,54% na comparação com os dados do ano passado. O maior gasto do visitante na RMJP foi com alimentação (47,02%), seguido por diversão (20,44%), hospedagem (16,27%), compras (11,11%) e outros gastos (3,97%).
Serviços turísticos
Os serviços turísticos compreendem um amplo conjunto de atividades nos mais diversos segmentos. O objetivo principal desse tipo de serviço é facilitar o acesso e uso dos equipamentos de infraestrutura turística. Para os visitantes, a receptividade dos paraibanos foi o destaque, considerada ótima ou boa por 96,09% dos entrevistados, e embora não seja exatamente um serviço, esse elemento está diretamente ligado ao turista e é fundamental para que ele retorne. Dentre os serviços turísticos utilizados, a gastronomia paraibana foi o que obteve o maior nível de aprovação, 96,63% a classificaram como “ótima ou boa”. Em seguida, aparecem guias de turismo (92,20%), diversão noturna (91,76%), comércio (91,04%), sinalização turística na cidade de João Pessoa (85,93%) e qualidade do atendimento em restaurantes, bares e lanchonetes (84,77%). Em contrapartida, foram verificadas insatisfações nos serviços de sinalização e informação turística. Os respondentes sentiram dificuldades em encontrar alguns pontos turísticos por “Falta de placas de sinalização turística”, a exemplo da PB-008 que liga João Pessoa ao Litoral Sul. Foi também mencionada a “Falta de placas informando a identificação das praias” na orla de João Pessoa e a ausência de placas informando o perigo no mar, principalmente, nas praias do Litoral Sul.
Infraestrutura, comunicação, transporte, saúde e acessibilidade
A oferta de serviços públicos eficientes e uma boa infraestrutura urbana são importantes itens para o desenvolvimento da atividade turística. Sobre esses pontos, os turistas avaliaram com indicação de “ótima ou boa” acima de 70,00%. Eles também apontaram como “ótimo ou bom” os serviços públicos de Segurança e de Limpeza na cidade de João Pessoa, com 77,78% e 74,73%, respectivamente. Apesar do bom desempenho, foram registradas algumas críticas, como falta de limpeza no Terminal de Integração, esgoto desaguando nas vias e nas praias e falta de lixeiras nas praias da Costa do Conde e, em relação à segurança pública, pouco policiamento em alguns pontos da cidade.
A avaliação dos serviços de Comunicação e de Sinalização Urbana, na cidade de João Pessoa, foi apontada como “ótima ou boa” com percentual de 86,12% e 88,05%, respectivamente. Nas demais cidades da RMJP, o serviço de comunicação obteve 71,87% de classificação “ótima ou boa” e a sinalização urbana 77,96%. As principais críticas relacionadas ao Serviço de comunicação foram: “Sinal fraco de internet das operadoras de telefonia móvel nas praias do Litoral Norte e Sul da Paraíba” e “Falta de wi-fi no Aeroporto Castro Pinto e na Rodoviária”.
A maioria dos turistas que utilizaram táxi (81,20%) avaliou como sendo “ótimo ou bom”. Já em relação aos serviços oferecidos pelos aplicativos de transporte privativo, o Uber foi o que recebeu a melhor avaliação “ótima ou boa”, com 94,59% de aceitação. O transporte público foi o serviço que recebeu a menor classificação de “ótima ou boa” (70,45%). Dentre os insatisfeitos, as principais críticas foram: “A superlotação dos ônibus urbanos”; “Longo tempo de espera nas paradas de ônibus” e “Tarifa elevada”. Os serviços médicos e hospitalares também foram bem avaliados pelos turistas que procuraram algum atendimento na área de saúde, registrando uma classificação “ótima ou boa” de 80,00%.
O estudo ainda procurou conhecer se a RMJP estava preparada para receber os turistas com dificuldade de locomoção ou com alguma deficiência de ordem física ou motora, idosos, entre outros. Do total de respondentes, 3,14% ou eram pessoas com deficiência ou tinham alguém no seu grupo que necessitava de cuidados especiais. Destes, 76,19% tinham problema de locomoção. Questionados sobre as dificuldades encontradas, 38,10% afirmaram que não sentiram falta de acessibilidade. Porém, um percentual de 37,81% reclamou da falta de rampas nas praias do Litoral Sul, 28,57% da altura dos degraus dos ônibus, 23,81% da acessibilidade nos ônibus em João Pessoa e 19,05% citaram carros estacionados nas rampas para deficientes e falta de rampa no Bessa, cada.
Pontos positivos e negativos apontados pelos turistas
As praias foram o ponto positivo mais comentado pelos visitantes, com 55,16% das citações. Em seguida aparece a receptividade do paraibano (17,41%), a tranquilidade da cidade de João Pessoa (10,32%), o clima (5,55%) e as praias do Litoral Sul da Paraíba (4,93%). Vale salientar que neste quesito o entrevistado poderia citar mais de uma opção como resposta.
Em contrapartida, os turistas destacaram os principais pontos negativos durante sua estadia. Entre estes, o principal foi a “Falta de campanha educativa principalmente no fim de ano, lixo jogado no chão”, apontado por 22,46%. Em seguida, aparece a falta de placas turísticas na PB-008 (19,46%), poucas lixeiras na orla de Tambaú e Cabo Branco e algumas barracas jogam cocos no chão (18,56%), falta de placa de informação turística no Altiplano (16,47%), falta de placas com os nomes das praias (15,27%), sinalização precária no Centro e nos bairros da capital (13,77%) e Aeroporto Castro Pinto muito pequeno para receber turistas (13,32%).
Perfil do turista
Segundo os dados da Fecomércio, 51,95% dos turistas que visitaram a Paraíba neste verão são mulheres. Do total, a maior parte (47,60%) afirmou está casado ou em regime de união estável, 41,77% são solteiros, 5,69% divorciados e 3,74% são viúvos. Em relação à faixa etária, a maioria tem entre 26 e 35 anos (22,75%), seguidos pelos que têm idade entre 46 e 59 anos (21,86%). Em relação à renda, os que ganham até dois salários mínimos representam a maioria, com 22,46% dos entrevistados, seguidos pelos que ganham entre dois e quatro, com 18,26%; entre quatro e sete, com 17,81% e os que ganham acima de 10 salários, que são 14,97% do total. Neste aspecto, é importante ressaltar que 10,78% afirmaram não possuir rendimentos, representados pelos turistas que não tem ocupação remunerada ou estão fora do mercado de trabalho, são dependentes financeiros do cônjuge ou estudantes. Em relação à escolaridade, a maioria dos entrevistados possui ensino superior completo, representando 41,62% do total, seguido por ensino médio (27,99%) e com doutorado (1,95%). Já em relação à ocupação, 32,19% são de empresas privadas, 20,06% são funcionários públicos e 14,37% são autônomos ou profissionais liberais. Os aposentados e pensionistas representam 11,38%, os estudantes (10,78%) e os empresários (6,29%).
Metodologia
A Pesquisa Anual do Desempenho do Turismo foi realizada no período de 27 de dezembro a 15 de janeiro, sendo levantada uma amostra de 668 turistas, consultados de forma aleatória, em diversos pontos, a exemplo do aeroporto, terminal rodoviário e diversos pontos turísticos na RMJP, com destaque para João Pessoa.
Respaldado no conceito de turista estabelecido pela Organização Mundial de Turismo – OMT, nessa pesquisa foram consideradas turistas as pessoas não residentes na Região Metropolitana de João Pessoa e que permaneceram na área pesquisada por pelo menos 24 horas, ou seja, passaram pelo menos um pernoite e tendo como a finalidade realizar passeios, negócios, participar de eventos, tratamento de saúde ou visitar parentes e amigos.
Com esta pesquisa, a Fecomércio contribui com informações que servem de subsídios para que gestores, empresários e pessoas ligadas diretamente na atividade turística da Região Metropolitana de João Pessoa possam definir políticas que fortaleçam o mercado turístico do Estado. Além disso, busca contribuir na tomada de decisões dos agentes públicos e privados no tocante à organização, planejamento e viabilização das atividades do trade turístico, de forma a criar vetores concretos que alcancem positivamente os diversos setores sociais e econômicos da Paraíba.
Confira a pesquisa:
PESQUISA FECOMÉRCIO DE TURISMO_FINALIZADA PARA A GRÁFICA_20 01 2018
Fonte: Fecomércio
Créditos: Assessoria