Ana Paula Batista da Silva, mãe da garotinha Ananda Vitória, 3 anos, que faleceu no Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, falou com exclusividade para o portal Diário do Sertão, neste domingo (24), e pediu justiça no caso.
Ana Paula culpa o HUJB pela morte da sua filha porque, segundo ela, o hospital teria se negado a receber a criança na manhã de sábado (23), e que o atendimento só aconteceu após ela ter registrado um Boletim de Ocorrência na delegacia.
“Só atenderam minha filha depois de Boletim de Ocorrência. Foi preciso fazer isso pra minha filha poder ser atendida. Que injustiça, gente! No dia que minha filha ia completar três anos, a gente teve que se deslocar da casinha dela, que tinha amor e carinho, para enterrar minha filha”, falou a mãe, emocionada.
Segundo o relato de Ana Paula, a criança começou a sentir dor na barriga na quinta-feira. Nesse dia ela recebeu atendimento em um posto de saúde da cidade de Poço de José de Moura. Mas nos dias seguintes o quadro clínico se agravou.
Ananda foi levada duas vezes ao Hospital Municipal de São João do Rio do Peixe. Na primeira, o médico solicitou exames, passou medicação e liberou. No entanto, novamente o estado de saúde piorou e a criança retornou ao hospital de São João. Mas dessa vez a médica entrou em contato com o Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, solicitando transferência.
Em nota de esclarecimento divulgada neste domingo, o HUJB diz que não recusou atendimento à criança e que, por se tratar de caso clínico de urgência, Ananda foi transferida pelo SAMU e recebida no hospital, mas seu estado de saúde era tão grave que, mesmo após as manobras protocolares possíveis da equipe médica, ela não resistiu e morreu. Ana Paula contesta essa versão e pede justiça no caso.
“Justiça porque eu não quero mais que nenhuma mãe sinta essa dor de perder uma filha. Nós estamos arrasados. Nós te ama muito, filha! Nós nunca vamos te esquecer. Eu sei que minha filha não vai voltar, mas mamãe quer justiça para que não aconteça mais isso com nenhuma criancinha. Essa dor que eu estou sentindo eu não desejo pra ninguém”, desabafou Ana Paula.
“Ananda Vitória não era pra ter morrido. Só foi a falta de atendimento na hora que ela precisou. Por que fizeram isso com a minha filha? O Infantil precisa de mais coração”, disse a mãe.
Leia a nota do HUJB
Inicialmente, gostaríamos de externar nossas condolências à família da criança A.V.B.F.
Sobre os fatos, cumpre esclarecer que no último dia 22, a equipe do Hospital Municipal de São João do Rio do Peixe entrou em contato com a equipe do HUJB, as 10h55min para solicitar atendimento a criança com queixa principal de dor abdominal de forte intensidade.
No momento do contato, o HUJB estava com todos os leitos ocupados, inclusive os da sala vermelha e da sala amarela, que tem suporte de Unidade de Tratamento Intermediário para Urgências e Emergências.
A equipe do hospital orientou a unidade municipal que, em se tratando de caso clínico de Urgência ou Emergência a criança deveria ser encaminhada via SAMU para a nossa Unidade Hospitalar, possibilitando todo o suporte na transferência.
Portanto, não houve recusa no atendimento, até porque o HUJB é uma instituição com porta regulada para casos de urgência e emergência em pediatria, que chegam por meio de encaminhamentos de UBS, SAMU, UPA e outros hospitais.
Diante do exposto a criança foi encaminhada do Hospital de São João do Rio do Peixe via SAMU para o HUJB, chegando aproximadamente às 12h30min, após liberação de leito decorrente de transferência de uma criança para o hospital na cidade de Patos.
Portanto, a criança foi recebida no HUJB, momento em que os profissionais adotaram todas as medidas previstas nos protocolos clínicos para o caso, buscando salvar a vida da criança. Registre-se que toda a equipe agiu sensibilizada, empenhada e comprometida a solucionar o caso. No entanto, o estado de saúde, já muito comprometido, da menor evoluiu para o óbito.
Em relação a causa do óbito, o prontuário médico é documento SIGILOSO, nos termos dos arts. 2º e 3º, da Lei Federal nº 8.069/90 e art. 89 da Resolução nº 1.638/02 do Conselho Federal de Medicina, cujo conteúdo deve ser discutido privativamente entre a equipe médica, a família e as autoridades competentes.
Ressaltamos que a criança foi atendida em unidade hospitalar municipal e após foi transferida para o HUJB por meio do SAMU, não ficando sem atendimento de profissionais de saúde em nenhum momento. Ainda, cumpre frisar que a mesma chegou em estado muito grave e com evolução muita rápida para o óbito, não possibilitando fechar o diagnóstico clínico da causa da morte.
Desde o momento do fatídico do óbito da criança, toda a equipe médica, assistencial e de direção do HUJB encontram-se a disposição das Autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários a elucidar as causas do óbito.
Assessoria de Comunicação do HUJB-UFCG/Ebser
Fonte: Diário do Sertão
Créditos: polêmica paraíba