O diretor do Instituto Médico Legal (IML), Paulino Pastre, confirmou que a advogada Tatian Spitzner morreu antes de cair do quarto andar do prédio em que morava, no Centro de Guarapuava, após ser asfixiada pelo marido, o professor Luis Felipe Manvailer. Os laudos apontaram, ainda, que a vítima tinha diversas marcas de lesões e escoriações, o que comprovam que houve uma luta corporal entre o casal.
O diretor explicou que todos elementos colhidos pelos profissionais do IML de Curitiba e de Guarapuava são unânimes em apontar que Tatiane sofreu uma esganadura. “Foi uma morte violenta utilizando de constrição no pescoço, o que nós chamamos de esganadura. Todo o procedimento pericial realizado confirmou unanimemente, tanto os exames complementares realizados em Curitiba, como o Exame Necroscópico feito lá em Guarapuava confirmou que a Tatiane morreu e posteriormente caiu do prédio”, afirmou.
Além disso, o Exame Toxicológico apontou alta presença de álcool no corpo da advogada, o que, de acordo com Pastre, “sugere que ela estava bastante fragilizada até para se defender no momento dos fatos ocorridos”. O diretor explicou, ainda, que o principal meio de pesquisa foi o Exame Necroscópico, que é realizado no ato de necropsia. “Este exame foi realizado muito bem pelos médicos legistas de Guarapuava, e posteriormente foram encaminhadas peças para o Exame Anato-patológico aqui do IML de Curitiba. Essa pesquisa foi bastante complexa pois implicou na descalcificação óssea, que é um procedimento um pouco demorado”, disse. Por este motivo houve a demora na entrega do laudo, já que o exame implica um processo químico.
De acordo com o diretor, a confirmação de fratura no osso hioide, localizado no pescoço, não indicava por si só a morte de Tatiane antes de cair do prédio. “O mais importante foram outros elementos na constrição da região cervical por meio de emprego, possivelmente das mãos, na esganadura. Isso imprimiu, digamos, os próprios dedos na musculatura cervical, causando edemas que é constatável ao exame”, relatou. Agora, a Justiça deve examinar o conjunto das provas apresentadas. “Isto nós temos que respeitar, é uma questão legal, mas todos os elementos que nós colhemos, de todos os profissionais que atuaram no processo, chegaram a única conclusão de que ela sofreu esganadura. Sofreu e foi a óbito por asfixia mecânica”.
Além disso, os laudos apontaram que a advogada possuía diversas escoriações e lesões com formato aparente de unha pelo corpo. “Há evidências de que houve luta entre as partes antes da fatalidade”, encerrou.
A reportagem do Massa News entrou em contato com a defesa de Manvailer e aguarda posicionamento.
Atualização
Em nota, a defesa de Manvailer informou que “até o momento o laudo de necropsia não foi juntado aos autos, não tendo a defesa ciência de seu inteiro teor, e, por isso, não poderá se manifestar”.
A família de Tatiane também se manifestou por meio de nota, onde afirmou receber a notícia com muita tristeza. “É necessário termos acesso ao Laudo, mas sua conclusão é mais uma prova de que o acusado mente: ele a matou dentro do apartamento, submetendo-a um período prolongado de violentas agressões físicas. Não houve suicídio, mas feminicídio e fuga do criminoso”, disse.
Fonte: massanews
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