As últimas 24 horas foram de bastante movimentação em dois casos que estão nas rodas de conversa dos paraibanos. Os casos do Padre Egídio e do Pastor Péricles causaram impacto na sociedade ao unir temas espinhosos e delicados como é a religião e o dinheiro.
O Pastor é acusado de ter usado cartões de crédito de fiéis de uma Igreja em Mangabeira para realizar compras particulares, em um montante que pode chegar a R$ 3 milhões. No caso do Padre, a questão é referente a supostos desvios em doações feitas ao Padre Zé, em um valor de quase incríveis R$ 15 milhões.
Nessa última quarta (1), o Padre Egídio teve seu pedido de prisão preventiva negado pela Justiça, enquanto o Pastor Péricles se entregou e agora está detido, após ter sido considerado foragido pela Polícia.
Pensando nesses dois casos, a reportagem do Polêmica Paraíba conversou com dois Advogados que nos irão dar um parecer sobre quais seriam os motivos da detenção de um acusado e do pedido de prisão negado do outro.
De acordo com o Advogado Roberto Nascimento a principal questão para a prisão do Pastor Péricles foi a sua fuga quando as denúncias começaram a aparecer na justiça e imprensa, ” Eu só tenho como falar por dedução. Em relação aos fatos imputados ao padre Egídio, esses fatos não aconteceram agora. Então pra se decretar uma prisão preventiva se faz necessário que os fatos sejam contemporâneos. Ou seja que os fatos tenham acontecido recentemente. O que se tem é uma investigação apontando o desvio de valores do Hospital Padre Zé e essas circunstâncias não ocorreram agora”
“No caso do pastor, pelo que eu vi na mídia, os fatos aconteceram recentemente. E quando a investigação começou, ele fugiu e isso somado ao fato de várias pessoas se apresentarem como vítimas, trouxe uma concretude maior no que diz respeito a materialidade do caso e na consequente prisão do Pastor Péricles”.
O Doutor Júnior Moura afirma que o Padre Egídio pode ser preso futuramente, mas para que isso aconteça terão que surgir novos fatos durante o prosseguimento do processo, ” No caso do Padre Egídio, a justiça entendeu que não existem elementos suficientes para que evidenciasse a necessidade de uma de uma medida preventiva. Ele se afastou do Hospital, pelo que entendo as contas me parecem que foram bloqueadas, o sigilo bancário foi acessado, e o Juiz não viu necessidade para que fosse decretada a prisão preventiva”.
“Por força de disposição constitucional uma pessoa só pode ser considerada culpada e portanto presa após o trânsito em julgado de uma ação penal condenatória. Todavia se no curso de um processo penal vier a ser apresentado fatos novos que impliquem na presença de requisito de prisão preventiva, o Padre Egídio poderá vir a ser preso. Por exemplo se for constatado que o Padre está tentando coagir uma testemunha, se for constatado que ele está dilapidando o patrimônio com o objetivo de não ser indenizar o Hospital Padre Zé, se for constatado que ele está ocultando as provas. Esses seriam fatos primordiais que autorizariam a decretação da prisão preventiva do Padre Egídio”.
Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba