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Jovem cientista de Campina Grande ganha notoriedade internacional ao pesquisar absorção de medicamentos

Rafaella mora na Rússia, mas desenvolveu pesquisas na cidade alemã de Leipzig, onde fica a ITMO University

A Engenheira de Materiais Rafaella Precker, natural de Campina Grande, está fazendo o maior sucesso no exterior. O Portal Carlos Magno teve acesso com exclusividade a uma publicação que destaca um trabalho que ela vem desenvolvendo em parceria com outra cientista, natural da Itália, e que visa produzir bons frutos para o tratamento médico do futuro.

Rafaella mora na Rússia, mas desenvolveu pesquisas na cidade alemã de Leipzig, onde fica a ITMO University. Sua pesquisa tem gerado boas referências da comunidade cientista internacional. As notícias sobre suas pesquisas tem sido acompanhadas, mesmo que à distância, aqui no Brasil, por seus pais, Aldo e Deusolene, que residem no bairro Dinamérica, em Campina Grande.

A matéria que postamos abaixo (originalmente publicada em inglês, mas traduzida para o português), foi publicada no site da ITMO University, onde Rafaela desenvolve suas pesquisas. O texto fala de Rafaella e de sua parceira de pesquisa como “duas jovens cientistas extraordinárias com vasta experiência internacional”. Um grande orgulho para Campina Grande, sem dúvidas…

Veja a reportagem em português, na íntegra:

Visitando cientistas em pesquisa de química e trabalhando no exterior

Duas jovens cientistas extraordinárias com vasta experiência internacional – uma química e uma engenheira de ciência dos materiais – vieram à ITMO para realizar pesquisas por alguns meses. Atualmente trabalham no Grupo Hey-Hawkins no Instituto de Química Inorgânica da Universidade de Leipzig.

Sara Durini é um pós-doutora da Itália e Rafaella Precker é Ph.D. estudante do Brasil. Ambas participaram de pesquisa no laboratório de Soluções de Química de Materiais Avançados e Tecnologias (SCAMT) da ITMO. O portal internacional de notícias fez uma entrevista exclusiva para aprender mais sobre suas pesquisas.

A química Sara Durini é de Como, na Itália, local de nascimento de Alessandro Volta, um famoso físico italiano, químico e pioneiro da eletricidade e do poder. Ela explora as propriedades dos novos materiais, sintetiza-os e descobre o tipo de coisas que eles podem fazer. Por exemplo: absorver gases, transportar drogas, detectar a presença de moléculas poluentes, ser usado para catálise, como sensores ópticos, em tecnologias fotovoltaicas e potencialmente melhorar as características das células solares.

A engenheira da ciência dos materiais, Rafaella Precker, é da região Nordeste do Brasil, uma cidade chamada Campina Grande. É muito parecida com Leipzig, pois é uma cidade universitária típica. Seu trabalho é principalmente focado na aplicação da vida real dos materiais. Por exemplo: os materiais inorgânicos em que as duas estão trabalhando podem ser usados ??na terapia do câncer para a administração direcionada de fármacos e para ajudar a evitar alguns dos efeitos colaterais comuns na terapia típica do câncer nos dias de hoje.

A Pesquisa

Sara e Rafaella atuam juntas no grupo de química inorgânica onde trabalham em estruturas orgânicas de metal (MOFs), – um fascinante novo tipo de material que está se tornando cada vez mais importante nos últimos anos. Muitos cientistas estão focando suas pesquisas sobre esses materiais devido à variedade de suas propriedades úteis.

As jovens cientistas descobriram sobre ITMO através de seu supervisor, que colabora com o grupo e sugeriu que elas fizessem alguma pesquisa lá. Um dos benefícios da permanência de Sara e Rafaella no laboratório SCAMT é que elas têm acesso a equipamentos capazes de testar as propriedades ópticas ou de caracterização dos compostos. Este tipo de análise não é possível em Leipzig. Então, seu trabalho aqui agrega valor e resultados adicionais à sua pesquisa, que elas podem levar de volta a Leipzig para informar seus próximos passos. Os MOFs sintéticos em que elas estão trabalhando têm certas propriedades devido à sua rede de poros de nanoescala. Rafaella está tentando melhorar as propriedades desses materiais sintéticos para entrega específica de drogas.

“Quando você envolve um medicamento em um material e aplica-o ao corpo, há um efeito explosivo: o medicamento é entregue rapidamente, mas com o custo de causar efeitos colaterais no corpo. Eu uso MOFs para que a droga seja entregue devagar e atinja a área precisa do alvo, evitando as “boas células”. Por exemplo, para pacientes com câncer que recebem quimioterapia, eles experimentam efeitos colaterais em seu corpo, como perda de cabelo e pouca imunidade, mas com MOFs o plano é melhorar a segmentação para não afetar os outros órgãos e células, e ir diretamente para as células tumorais”, – ela explica.

Sara está tentando combinar os íons metálicos nos MOFs para produzir um novo material com um tamanho poroso específico que poderia ajudar a pesquisa de Rafaella; Nesse sentido, sua pesquisa vem um passo antes da Rafaella.

Trabalhando no exterior

Depois de terminar seu doutorado em Como, Sara passou cerca de 8 meses na Universidade de Edimburgo.

“Era um ambiente muito internacional, eu estava lidando com uma nova cultura e uma nova maneira de trabalhar”, explicou. Como resultado, ela decidiu que, após o seu doutorado, queria outra experiência no exterior. “Fiquei fascinada com a cultura alemã e com o modo alemão de trabalhar; Eles são realmente precisos”, – compartilha Sara – “Eu escrevi para o nosso agora supervisor, Professor Hey-Hawkins, que eu estava interessado em seu tópico de pesquisa. Depois disso, recebi uma bolsa de estudos do DAAD (Programa de intercâmbio académico alemão) e, em seguida, um contrato da Universidade de Leipzig quando a bolsa de estudos terminou. Estou lá há mais de um ano.”

A primeira experiência de Rafafella no exterior foi em 2009, na Alemanha

“Foi assim que tive a oportunidade de conhecer uma nova cultura. Em 2014, vivi na Itália por alguns meses. Meu marido estava fazendo seu doutorado em Leipzig e então eu também acabei lá e agora tenho a oportunidade de aprender sobre a Rússia “, compartilha Rafaella.

Para Sara, esta é a primeira vez que viaja fora da UE, mas vir para a Rússia não era assustador. Rafaella diz que já esteve na Rússia antes, em 2014, em uma conferência em Moscou. As pessoas disseram-lhe que Moscou e São Petersburgo são completamente diferentes e que São Petersburgo é muito mais agradável, o que ela achou muito verdadeira.

A realização de pesquisas no exterior também possui outros benefícios. Como Sara explica, “em todos os países que eu já estive, você encontra uma nova maneira de abordar o trabalho que você faz e, claro, há um lado positivo e negativo. Eu acho que isso é importante porque você tem um ponto de vista diferente em seu trabalho. Falando com novos colegas sobre o que você está fazendo, você pode verificar novas informações sobre sua pesquisa. Explicar a outra pessoa o que você está fazendo ajuda você a entender o quanto você mesma entende” – ITMO.News.

Fonte: Blog do Carlos Magno