Nos últimos meses o plano de flexibilização vem sendo implantado nos estados brasileiros. Dentro deste cenário, muito tem se falado sobre imunidade de rebanho ou por manada. Mas, afinal, o que é isso e será que a Paraíba já alcançou esse estágio? O infectologista do Hospital do Hapvida em João Pessoa Fernando Chagas explica que se trata de uma situação em que uma quantidade de pessoas dentro de uma comunidade ficou imunizada a determinado patógeno, nesse caso a Covid-19, seja por vacina ou por ter contraído a doença.
“Essas pessoas meio que servem de anteparo. Se em um grupo de 10 pessoas, três forem imunizadas, são três pessoas a menos que transmitirão a doença para as outras sete. Isso, de certa forma, garante proteção e é o que se caracteriza por imunidade de rebanho. Quando uma boa parte das pessoas em um grupo adquire a doença, desenvolve imunidade e, consequentemente, protegem as outras que não tiveram a doença ainda e não têm imunidade”, esclarece.
Fernando Chagas ressalta que para saber se existe a imunidade em rebanho em uma população é preciso primeiramente testar as pessoas (principalmente pelo IgG), somando ao fato de que uma infecção que se espalha muito rapidamente em uma população em que ninguém tem imunidade e outra parte dela tem a imunidade a transmissibilidade é bem menor, consequentemente a quantidade de pessoas que vai pegar a doença em um período pequeno de tempo também é menor.
O infectologista afirma que a transmissibilidade na Paraíba caiu e isso significa que há dois meses uma pessoa poderia transmitir para duas ou três pessoas, agora tem que ter mais de uma pessoa doente para transmitir para outra. “Isso mostra que uma parcela da população, provavelmente, está imunizada e essas pessoas imunizadas, consequentemente, tem menor chance de transmitir a doença para quem não teve. Confirmando meio que uma proteção, uma imunidade de rebanho. Isso é sugerido também pelo fato de que uma parcela expressiva ter o anticorpo positivo devido aos testes que foram realizados em massa na Paraíba”, explica.
Qual custo da imunidade? – Fernando Chagas lembra que a imunidade coletiva é algo que não tem como aferir porque isso se reflete no fato de que muitas pessoas foram expostas ao vírus e tem o lado triste da situação, que foram as muitas vidas perdidas para que muitas outras tenham sido imunizadas. “Então, o ideal mesmo é a vacinação em massa, que garantiria uma imunidade coletiva e não uma imunidade de rebanho por exposição ao vírus”, declara.
Dá para relaxar? – O infectologista do Hapvida reforça que no cenário que se tem hoje só dá para relaxar as medidas de proteção coletiva, que seriam reabertura de comércio, retorno de atividades que estavam paradas, mas de forma controlada. “Já as medidas pessoais ainda não são possíveis de relaxar porque existe uma pequena chance de que mesmo as pessoas que tiverem com a imunidade possam transmitir a doença de quem tem para quem não tem por meio do toque, passando a ser um vetor. Portanto, lavagem das mãos, uso das máscaras e a distância de, pelo menos 1,5m, precisam ser mantidas até que a pandemia realmente tenha passado e ela não passou”, frisa.
O especialista destaca que na Paraíba ainda têm casos de morte todos os dias. “É uma realidade que pode se refletir na família de qualquer indivíduo da nossa sociedade e vidas podem se perder. Então, ao tomar às medidas de usar máscara e lavar as mãos a pessoa se protege não apenas a si, mas todas que fazem parte desse convívio coletivo, que precisa ainda estar presente. Lembrem-se: a pandemia não passou!”, enfatizou.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba