Um ambiente tranquilo, que convive com o diálogo tende a contribuir na construção da identidade de uma criança de forma positiva. Porém, é bem verdade que toda criança passa pela fase da famosa birra. Somado a isso, geralmente, surgem comportamentos mais agressivos e aceitar um “não” é desafiador. Diante dessa realidade enfrentada por milhares de pais e mães quando os filhos atingem a marca dos dois aos cinco anos de idade, a psicóloga do Hapvida, Danielle Azevedo, assegura que tudo vai depender de como os limites são impostos e como se dá o diálogo dentro da família.
“A maneira de conversar com uma criança é totalmente diferente de como se conversa com um adulto. Com as crianças, precisamos nos abaixar na altura delas, ter imponência com a voz e transparecer autoridade no sentido de mostrar quem é o pai/mãe e outorgar se a criança pode ou não fazer algo em determinado momento”, orienta a psicóloga.
É muito comum durante uma crise de birra os pais não saberem como agir com os filhos ou se preocuparem demasiadamente com o julgamento das pessoas. “Em momentos como esse o ideal é se colocar na altura da criança, olhar no olhos, ser enfático e deixar claro que não pode fazer o que foi feito. Se a criança faz algo que não deve novamente é repetir o processo, como uma espécie de condicionamento, ou seja, precisamos condicionar a criança para que ela entenda, de forma repetitiva, que aquilo não pode ocorrer e que é uma atitude reprovativa”, explica Danielle Azevedo.
Diante da birra, alguns pais tendem a punir a criança, mas a especialista explica que essa punição muda de família para família. “É preciso que a criança passe pela punição para refletir sobre o ato que cometeu, mas o processo precisa ser explicado para os pequenos”, afirma a psicóloga que acrescenta: “O ensinamento precisa começar em casa para depois saber como se portar na rua. É importante que os pais tenham consciência que são base, referência, enquanto família e indivíduos”, ressalta.
Além da birra – A psicóloga Danielle Azevedo explica que por trás de alguns comportamentos agressivos podem estar episódios de bulling, abuso sexual, algum tipo de assédio e/ou sentimento de inferioridade. “Se os pais percebem que os filhos não se alimentam direito, o sono está alterado ou existe algum comportamento que indique que a criança está fora da rotina é um sinal para buscar terapia, pois associado a mudança de comportamento, as vezes, pode vir a descoberta de problemas secundários, o que não é saudável para criança que não se sente bem psiquicamente e para os pais que podem vir a se sentirem culpados”, alerta.
Outro fator que a especialista destaca é a violência domestica, uma situação que atrapalha muito. “Se a criança presencia os pais se agredindo – não só fisicamente, mas verbalmente também – ela tende a inserir este comportamento na rotina dela. É comum crianças falarem palavrão, destratar, bater, cuspir e quando se investiga a família, o problema vem de lá, ou ainda do ambiente escolar ou da pessoa que cuida dos pequenos”, aponta a psicóloga que conclui “Não podemos moldar os filhos, mas podemos melhorar e o amor, afeto, atenção, estar junto e diálogo são fatores quem fazem toda diferença”, finaliza.
Fonte: Múltipla Comunicação
Créditos: Assessoria de Imprensa