Uma menina de seis anos conseguiu tratar um caso de câncer ósseo graças a uma técnica rara e inovadora que permite a eliminação de células tumorais a partir da utilização de nitrogênio. A crioterapia óssea, nome dado ao tratamento, foi feita em fevereiro deste ano no Hospital Luís França, da rede Hapvida. De acordo com o médico responsável pela cirurgia, é a primeira vez que esse procedimento é realizado em um hospital particular do Ceará.
Depois de fazer uma biópsia, Maria Eduarda de Souza, teve um diagnóstico de Sarcoma de Ewing, um tumor maligno que compromete os ossos, sendo um dos principais tipos de câncer ósseo que se apresentar na primeira década de vida. A descoberta veio depois que Maria Eduarda, ao tentar pedalar a bicicleta quando brincava na garagem de casa, escorregou a perna e bateu no pedal. Uma pequena mancha se formou e após levarem a criança por duas semanas consecutivas ao hospital, descobriram que ali havia um Sarcoma de Ewing.
“Ficamos totalmente sem chão, abalados, arrasados, porque quando se fala em câncer, principalmente eu que já tive em minha família, é uma coisa que abala muito a gente. Foi então que o Dr. Marcello nos apresentou o procedimento mais adequado para à característica do tumor, no sentido de prevenção da estrutura da perna, e logo nós optamos por utilizar ele. Tivemos plena segurança do procedimento. Ele não foi um médico, foi um anjo que Deus colocou em nossas vidas”, revela o pai da criança.
A taxa de sobrevida em cinco anos desse tipo de câncer é em torno de 59%. A utilização da crioterapia óssea permitiu que a cirurgia de Maria Eduarda tivesse um resultado de êxito. A técnica é pouco utilizada no Brasil sendo mais comum em cidades que não têm disponíveis o banco de ossos.
O ortopedista José Marcello Bruno, que foi responsável pelo caso no Luís França, explica como ele ocorre: “É feita a ressecção tumoral, depois a retirada do osso. Logo em seguida é feito um preparo desse tecido tumoral, deixando apenas o tecido ósseo e, esse segmento ósseo que foi previamente preparado, é mergulhado em nitrogênio líquido (que atinge temperaturas inferiores a -196°C). Essa temperatura baixíssima faz com que ocorra a morte celular, ficando apenas o tecido ósseo inorgânico. Após esse processo, colocamos o tecido na paciente, fazendo a fixação com placas de parafusos que funcionam como uma prótese, uma prótese mais biológica que consegue reconstruir a anatomia de forma mais precisa.” explica o médico.
O Hospital Luís França, do Hapvida, tornou-se pioneiro ao realizar o procedimento. Conforme a equipe médica é a primeira vez que a crioterapia foi realizada em uma criança, em um hospital particular do Ceará. José Marcello Bruno comemora o resultado e afirma que o procedimento foi um sucesso. Maria Eduarda tem reagido bem ao tratamento, e segue acompanhada por sessões de quimioterapia. “Essa técnica tem como vantagem em comparação ao uso de prótese, por exemplo, um índice de infecção e de resposta inflamatória menor, baixíssimo até. Ela é muito resolutiva (tem alto índice percentual de cura) e de recuperação mais rápida”, explica o médico Marcello Bruno.
Fonte: Múltipla Comunicação
Créditos: Assessoria de Imprensa