instalação do estaleiro de reparos de embarcações projetado para se instalar em Lucena
TRISTE PARAÍBA
A história se repete; a primeira vez como tragédia e a segunda, como farsa.
(Marx, K., Dezoito Brumário de Louis Bonaparte, 1852)
Vejo nos vários órgãos de nossa imprensa que, como seria de se esperar, pois repetição de episódio recorrente entre nós, a instalação do estaleiro de reparos de embarcações projetado para se instalar em Lucena já está sendo contestada.
Primeira contestação… Decerto, superado este obstáculo, outros surgirão.
Como sempre, é um órgão ou instituição que nunca se manifestou sobre o assunto ou teve atuação irrelevante na área objeto do empreendimento que encontra motivação suficiente para um procedimento que não tem outra consequência se não obstaculizar a instalação de um projeto industrial que trará inegáveis benefícios para o Estado e – por que não? – para a área e seus residentes.
De repente da calma fez-se o vento… De repente, não mais que de repente… (Vinicius de Moraes, in Soneto da Separação).
Lá estava o terreno repousando o “dolce far-niente” de sua não utilização.
Todavia, lançadas as bases da criação, estabelecidos os parâmetros de uso que irá beneficiar a muitos – do Estado e sua arrecadação de impostos ao serviçal mais humilde que esse empreendimento acolherá – faz-se o vento e logo volta às telas uma nova versão de um filme de horror que já estamos fartos de assistir, cujo final nefasto infelizmente não foge da versão original que há muito nos assombra.
Não nos livramos, ainda, da ressaca de procedimento idêntico e já surge uma nova rodada. Talvez com novos protagonistas, nova direção e roteiro adaptado à nova situação.
Quem sabe, com o mesmo trágico final.
Espera-se que agora não nos reste lembranças semelhantes às que temos de outras situações assemelhadas das quais, hoje, só podemos dizer que “o vento levou!”.
Arael Costa é jornalista e professor de jornalismo
Fonte: http://rubensnobrega.com.br/2018/01/17/triste-paraiba-por-arael-costa/#more-14751
Créditos: rubens nobrega