Luta contra a covid-19

Geraldo Medeiros avalia novo decreto e diz que pessoas com comorbidades serão as próximas a serem vacinadas - CONFIRA

Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, o secretário estadual de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, avaliou as novas medidas anunciadas pelo governo do estado que estão em vigor a partir desta segunda-feira (5) e adiantou que nas próximas semanas, o próximo grupo prioritário a ser contemplado com a vacinação contra a Covid-19 será, conforme o Plano Nacional de Imunização, pessoas com comorbidades.

“Terminada a vacinação 100% desse grupo prioritário [idosos acima dos 60 anos], nós teremos aquele brasileiro e paraibano que tem doenças associadas, e lá no Programa Nacional de Imunização é especificado todas doenças. Haverá a necessidade de um atestado médico corroborando a existência dessa doença e não será qualquer doença, apenas aquelas especificadas no PNI”, respondeu Geraldo.

Segundo o PNI, as pessoas com comorbidades que serão priorizadas na vacinação serão aquelas entre 18 a 59 anos com uma ou mais das seguintes comorbidades: diabetes; pneumopatias; hipertensão; insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar, cardiopatia hipertensiva; síndromes; coronarianas; valvopatias; miocardiopartias e pericardiopatias; aneurismas; arritmias cardíacas; doença cerebrovascular; doença renal crônica; anemia falciforme; obesidade mórbida; e síndrome de down. Clique aqui e confira nas páginas 20 e 21 do PNI para saber de todos os detalhes das comorbidades.

Novo decreto

Questionado acerca de quais critérios o Estado adotou para flexibilizar as atividades como foi feito no último decreto, o secretário respondeu que o Estado passou a detectar uma queda do número de mortes e casos nas últimas semanas, reflexo da primeira vez em que foi adotado o toque de recolher na Paraíba.

Com isso, somado à “paralização” de quase dez dias devido à antecipação de feriados durante a última semana, a expectativa é de que os números baixem cada vez mais, o que possibilita essa flexibilização. Ele também citou a ampliação dos leitos de UTI como fator importante.

“Nós estávamos em restrições sanitárias desde o dia 23 de fevereiro, através do toque de recolher e algumas restrições no funcionamento de bares e restaurantes, e os reflexos dessas medidas foram observadas na última semana. Ontem nós tivemos o percentual de ocupação de leitos no Estado de 78%, que só havia ocorrido no dia 1º de março, com 77%. Esse cenário já era esperado e associada a essa paralização durante dez dias com a antecipação dos feriados, esses reflexos dessa paralização de dez dias teremos provavelmente a partir do dia 20 de abril […]. Em função disso, esse novo decreto contemplou uma abertura”, explicou o secretário.

Contudo, Geraldo afirmou que a pandemia não acabou e que a população deve conviver com essa situação por pelo menos até o final de 2021. Ele disse ainda que caso as pessoas não respeitem as medidas, como uso de máscaras e evitar aglomeração de pessoa, entre outras, o estado terá que decretar novamente medidas mais severas para conter o avanço da doença.

Exclusão da abertura de escolas

Geraldo disse que a não flexibilização de aulas híbridas (que permite aulas presenciais e online) nas instituições de ensino na Paraíba se deu pelo fato de que a secretaria estadual de saúde percebeu um recente aumento na taxa de internação de crianças com suspeita de Covid-19. Atrelado a isso, o secretário disse que a taxa de mortalidade para as crianças é maior que para os adultos.

“Nós observamos que o hospital Valentina, que é a referência em pediatria, houve um aumento no número de crianças internadas com síndrome gripal, ou seja, suspeita da Covid-19. Associado a isso nós temos números que mostram, mesmo a criança tendo sintomas mais leves, mesmo em um percentual ainda pequeno, tem um percentual de mortalidade mais elevado que o adulto”, explicou. Geraldo ainda exemplificou que a taxa de mortalidade da doença na Paraíba é de 2,2%, mas em crianças sobe para 3,48%.

Vacinação

Geraldo ressaltou ainda a importância da vacinação e parabenizou pelo estado ser bem avaliado nacionalmente no que diz respeito à quantidade de vacinação. A Paraíba atualmente ocupa o quarto lugar em todo o Brasil, e segundo o secretário, a meta é alcançar o topo.

“A Paraíba está alcançando um nível elogiável de percentual de paraibanos vacinados, o quarto lugar no Brasil. Queremos alcançar o primeiro lugar e vamos lutar para isso. É necessário que os prefeitos, secretários de saúde, as vigilâncias municipais, os paraibanos de um modo geral, abracem essa causa”, disse.

Ele fez um apelo para que os prefeitos recolham as vacinas respectivas para cada município assim que elas chegarem às gerencias regionais de saúde. Ele disse que o Ministério da Saúde, a partir de abril, deve entregar novas doses aos estados semanalmente.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba