As prefeituras de João Pessoa e Campina Grande estão desobedecendo as medidas estabelecidas em decreto estadual de calamidade, assinado pelo governador João Azevêdo contra o Coronavírus e prorrogado por mais 180 dias
A declaração é do secretário de Estado da Saúde, Geraldo Medeiros, durante entrevista à rádio 98 FM nesta segunda-feira (26).
As duas cidades estão ampliando o funcionamento de transportes, comércio, serviços e aulas, quando a maior parte desses segmentos deveria permanecer fechada. Conforme a avaliação do Estado, João Pessoa e Campina Grande estão com bandeira laranja no plano “Novo Normal Paraíba”.
De acordo com Geraldo Medeiros, as duas prefeituras parecem implementar métodos de “tentativa e erro”, ou seja, se o que for adotado não funcionar, retorna-se para o estágio anterior da flexibilização, o que não tem respaldo científico. O secretário também criticou outras metodologias adotadas pelas gestões para destacar indicadores.
Mais cedo, a Prefeitura de João Pessoa informou que os indicadores municipais são baseadas em dados epidemiológicos e assistenciais, como a taxa de ocupação de leitos de UTI, taxa de óbitos, pressão nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e em novos casos. Segundo o secretário de Saúde da Capital, Adalberto Fulgêncio, estes indicadores estão controlados na cidade.
“De julho para cá, nós temos avançado com o plano de flexibilização sem fazer nenhum retrocesso e nossos indicadores dão segurança para mantermos nosso planejamento e darmos mais este passo”, explicou.
Campina Grande também informa, a cada etapa de flexibilização na cidade, que as medidas implementadas pela área técnica da Secretaria de Saúde Municipal têm por base a queda nas internações e no número de casos de Covid-19.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), João Pessoa tem mais de 32 mil casos confirmados de coronavírus, com 981 mortes, até esta segunda-feira (26). Já Campina Grande tem mais de 13,6 mil confirmações, com 400 mortes.
Aulas
Quanto ao retorno das aulas presenciais, Medeiros mantém posição contrária e defende que não haja comparação entre escolas e bares e restaurantes, por exemplo, porque são segmentos com dinâmicas totalmente distintas.
Ele explicou que um retorno das aulas presenciais provocaria a circulação de pelo menos 1 milhão de pessoas, o que corresponde a 25% da população da Paraíba, e isso poderia agravar os números locais da pandemia.
Fonte: Portal Correio
Créditos: Portal Correio