Dados do Ministério da Saúde apontam que sete das oito vacinas obrigatórias na infância tiveram a cobertura aquém do esperado no ano de 2018. Essa realidade só muda em relação a BCG e especialistas acreditam que esta é a única com taxas satisfatórias por ser aplicada, ainda na maternidade, assim que a criança nasce. Independentemente de números, a verdade é que as vacinas possuem uma importância extrema na saúde preventiva da população. As causas para não imunizar vão desde a disseminação de fake news, que trazem informações erradas sobre o perigo das vacinas, ao desconhecimento sobre doenças que eram comuns no passado.
A médica pediatra do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Nícia Aguiar, explica a relevância da saúde preventiva e como as vacinas se enquadram nesse processo. “A saúde preventiva preocupa-se em prevenir as doenças em vez de tratá-las. Para isso, utiliza-se de um conjunto de medidas e ações focadas na prevenção das doenças e manutenção da saúde e qualidade de vida. A vacina é a forma mais fácil e mais eficiente de se proteger de certas doenças causadas por vírus e bactérias. E, essa proteção não é apenas individual, mas também ajuda toda a comunidade a diminuir os casos de determinada doença”, afirma.
Apesar de ser uma forma de prevenir algumas doenças, muitos pais ainda têm receio de vacinar os filhos pela questão das possíveis reações que estas podem provocar. Nícia Aguiar afirma que, segundo o Ministério da Saúde, os eventos adversos podem ser esperados e inesperados, e detalham quais são eles. “Entre os eventos esperados tem aqueles considerados leves que são febre, dor e edema local. Já os considerados graves são convulsão febril, síndrome hipotônica -hiporresoinsiva e choque anafilático. Estes são raros. Os eventos inesperados são aqueles que ainda não foram relatados em vacinas antigas ou recentes, ou aqueles que estão ligados a qualidade do produto”, explica.
Para além do receio com as reações que as vacinas podem gerar, a pediatra explica que é comum alguns pais não quererem vacinar seus filhos, neste caso, contra a tríplice viral devido a um fator histórico. “No ano de 1998, a revista Lancet publicou um artigo do médico Andrew Wakefield, que atribuía o crescente número de crianças autistas ao uso da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Após isso, muitos pais passaram a não mais vacinar seus filhos e começaram a surgir grupos anti-vacinas, que espalham o medo das vacinas. A consequência desse fato é que algumas doenças que já deveriam estar erradicadas são ainda motivo de preocupação da saúde pública em vários países”, afirma.
Alerta – Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que a cobertura da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) que estava estável e próxima a 100% no Brasil até 2014 caiu para 96,1% em 2015, 95,4% em 2016 e atingiu apenas 85% no ano passado.
A pediatra ressalta que não há motivos para se ter medo de aplicar as vacinas em crianças ou até mesmo no próprio adulto. “As vacinas são seguras porque antes de serem comercializadas, passam por diferentes e rigorosos testes. Mesmo após a comercialização as vacinas continuam sendo regularmente monitoradas”, explica Nícia Aguiar.
A especialista ainda destaca que todas as vacinas são importantes, uma vez que é a maneira mais eficaz de prevenção de doenças infecciosas. “O importante é manter a caderneta vacinal atualizada de acordo com a idade, o grupo de risco e as campanhas vacinais. Mas, as vacinas consideradas obrigatórias de acordo com o calendário vacinal no Brasil são: BCG, Hepatite B, DTP + HIB, VOP, VORH, Pneumocócica 10 valente, Meningocócica C, Febre amarela e SCR”, lembra e conclui.
Causas – Essa queda no índice de imunização, segundo especialistas, pode ser explicadas por diversos fatores: impressão de que doenças como sarampo e poliomielite foram eliminadas e não há mais necessidade de imunizar as crianças; dúvidas na hora de tomar uma vacina; falta de informação ou, até mesmo, por informações falsas, as fake news.
Fonte: Múltipla Comunicação
Créditos: Assessoria de Imprensa