A história do pequeno Henry, morto no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto, ganhou os noticiários e ligou o alerta sobre sinais que as crianças apresentam quando são vítimas de ações de violência e abuso. O caso provoca em pais, mães, responsáveis e cuidadores algumas dúvidas, sendo as principais delas: como entender quando uma criança está querendo dizer que sofre violência? Quais os sinais que elas apontam? As crianças podem mentir sobre os fatos?
O psicólogo do Sistema Hapvida, Andersson Felipe, explica que a demonstração de que algo não está correto acontece com as pessoas que estão ligadas diretamente à criança e que ela confia. “Ela também pode demonstrar os sinais nos diversos espaços que frequenta como casa de familiares, ambiente escolar, em âmbito familiar, convívio com outras crianças, entre outros. Mesmo tendo um lado fantasioso, é possível interpretar quando há alguma coisa de errado acontecendo com uma criança”, pontua Andersson.
Entre outros possíveis sinais que a criança apresenta estão os que são clássicos e quase sempre são representados através de uma personificação dessa criança ao se deparar com o agressor. “Geralmente a primeira reação é criar uma resistência ao contato. É possível ainda identificar por meio de sinais físicos e demonstrações, através de encenações com bonecos”, esclarece o psicólogo que aponta ainda que sintomas de ansiedades, comportamentos obsessivos, tiques, manias, também estão presentes nos sintomas mais externados. “Muda-se o comportamento de um dia para o outro, fácil”, explica.
Após a identificação da violência ou abuso contra a criança, o especialista explica como deve ser a abordagem com a pessoa que pratica a violência. “Identificado o agressor, o melhor caminho é buscar os direitos legais, a veracidade do caso, encaminhá-lo para os órgãos de segurança para que ele tenha a pena cabível”, sugere.
Já em relação aos cuidados com a vítima em questão, o ideal é procurar ajuda profissional e suporte psicológico desde a descoberta. Assim, é possível fazer um tratamento que tenha eficácia e atinja os objetivos necessários no cuidado com a vítima. Suporte familiar e nunca desconsiderar os sentimentos da criança em tese. Entre as consequências que podem se desenvolver está o transtorno depressivo, o transtorno de personalidade, as alucinações, o baixo desempenho escolar, o comportamento alterado e as alterações de memória.
Ensinar sobre violência – Um processo que deve ser levado em consideração para buscar uma mudança dessa realidade da violência e abuso contra crianças é educá-las sobre violência, como um caminho para que saibam se posicionar e informar quando estão sendo vítimas de algum tipo de agressão. “A criança precisa ser instruída desde cedo sobre determinadas condutas do meio externo em que habitará socialmente”, pondera.
Andersson ressalta ainda a importância do papel dos responsáveis diretos pela criança. “Cuide do seu filho, dê a ele toda atenção que puder. Saiba sempre onde ele está, com quem está e o que está fazendo”, orienta o psicólogo que aponta que a escola também tem um papel importante nesse processo, principalmente nas observações feitas por profissionais de educação que estejam atuantes em sala de aula ou por meio de acompanhamento psicológico escolar.
Dicas – O psicólogo Andersson Felipe elencou algumas orientações, com o intuito de evitar ou combater a violência e abuso contra crianças. Confira:
• Não critique e nem duvide da verdade que ele ou ela possa está falando;
• Esclarecer a criança que a culpa não é dela;
• Não tratar a criança com piedade e sim compreendê-la;
• Evite tratar do assunto com aqueles que não poderão ajudar;
• Denuncie e procure ajuda profissional.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba