COMPORTAMENTO

Especialista afirma que pandemia fez população se aproximar mais de reality show

Os realities shows se tornaram um fenômeno no Brasil. A pessoas passaram a acompanhar por várias horas pessoas que ficam confinadas em um ambiente. Nesta 21ª edição do Big Brother Brasil (BBB 21), que se encerra nesta terça-feira (4), se percebeu um grande acirramento das torcidas, formadas por pessoas que nem conhecem os participantes, mas que se propõe a passar horas votando para que seu escolhido ganhe o prêmio de R$ 1,5 milhão.

Os realities shows se tornaram um fenômeno no Brasil. A pessoas passaram a acompanhar por várias horas pessoas que ficam confinadas em um ambiente. Nesta 21ª edição do Big Brother Brasil (BBB 21), que se encerra nesta terça-feira (4), se percebeu um grande acirramento das torcidas, formadas por pessoas que nem conhecem os participantes, mas que se propõe a passar horas votando para que seu escolhido ganhe o prêmio de R$ 1,5 milhão.

Mas qual a relação existente entre os participantes de um reality show com o público? A psicóloga da MedPrev do Sistema Hapvida em João Pessoa, Michelle Costa, explica. “A condição de ‘curiosidade pela vida do outro’, de observar a pessoa em sua intimidade diária chama bastante atenção das pessoas. Nos dias atuais, a condição de cárcere privado a qual a maioria de nós está submetido, devido a pandemia, aproximou ainda mais essa realidade do BBB de nós mesmos, fazendo com que nos identifiquemos ainda mais com os jogadores do reality”, analisa.

A especialista destaca que a identificação com os jogadores confinados, a sensação de ver alguém sendo “injustiçado”, são fatores que corroboram para que o público se mobilize com a realização de mutirões para votação, como uma forma de proteger ou vingar determinado participante no jogo.  Além disso, Michelle alerta que como tudo na vida o nível de consumo desses produtos midiáticos devem ser dosados para evitar malefícios à saúde mental.

“A condição de entretenimento é super válida. Porém, fazer uso excessivo desse tipo de programação, estimula a fuga da realidade. Passa-se a viver a realidade dos jogadores. Esse é o tipo de entretenimento válido para dar um ‘escape’ nessa realidade tão dura pela qual estamos vivendo. Porém, deixo aqui o alerta para que não se ‘mergulhe no jogo’ e esqueçamos de ‘jogar aqui fora’”, orienta a psicóloga que segue o alerta sobre os possíveis malefícios que podem vir a ser enfrentados por quem consome esse tipo de programa em excesso e faz um comparativo com a teledramaturgia.

“Os realities têm o caráter de entretenimento, de nos representar através de algum participante. Porém os principais malefícios, quando ficamos ‘viciados’ por eles é querer enfrentar situações singulares, vivenciadas dentro dos programas, como tal participante o fez. Sem medidas, com emoção ao extremo, sem levar em conta o contexto social que está inserido. Não é o mesmo que acompanhar novelas, pois os personagens são fictícios; já no reality, são pessoas vivenciando situações reais, da vida cotidiana, por isso que se faz necessário muita cautela”, pondera.

Dados – Pesquisa “Reality Shows Brasil”, da empresa Mindminers, revelou que 90% dos entrevistados disseram saber o que é um reality show e 89% declararam que assistem. Destes, 25% relataram ver com frequência. A pesquisa ouviu mil pessoas acima de 18 anos, das classes sociais ABCDE em todas as regiões do país.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba