Com a flexibilização do distanciamento social, a população tem voltado a praticar atividade física em ambientes ao ar livre e, em alguns casos e com adoção de medidas, em academias de condomínios residenciais. Seja ao ar livre ou em um ambiente fechado o uso da máscara é necessário para combater tanto a propagação quanto a contaminação pelo coronavírus. Porém, as máscaras de tecido indicadas para o uso geral da população geram certo desconforto para respirar e na hora do exercício físico então, o incômodo aumenta.
Apesar do desconforto e de o mercado já disponibilizar máscaras voltadas para quem pratica algum tipo de atividade física, o infectologista do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas alerta que as máscaras de tecido ainda são as mais eficazes. “Existem máscaras específicas para atividades físicas que facilitam as trocas gasosas e possuem uma porosidade maior. Porém, elas não filtram tão bem, ou seja, a efetividade delas é menor. Sendo assim, o interessante é usar a máscara comum mesmo; essas que são específicas para exercícios podem até ajudar, mas a de tecido é o suficiente, contanto que se evite uma exigência maior da atividade”, sugere o especialista.
Fernando Chagas afirma também que o ideal é diminuir a quantidade de tempo do exercício físico, aumentando se possível a quantidade de atividade ao longo da semana. “Se pratica uma atividade de alta performance duas vezes na semana, o indicado é diminuir a exigência do exercício e a praticar em três a quatro dias por semana, por exemplo”, orienta.
O infectologista ressalta que o interessante é que o exercício físico seja feito sem tanto esforço, ou seja, que não seja exigido muito da pessoa que pratica e reforça que a ausência da máscara para prática de atividade física só é aceita quando o indivíduo está realizando o exercício em um ambiente sozinho. “Em uma academia é importante que os funcionários estejam utilizando máscaras e que também se mantenha a distância de 1,5m entre as demais pessoas”, lembra.
Pesquisa – Um estudo realizado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), apontou que o uso de máscaras é capaz de conferir mais proteção do que apenas o distanciamento social ou higienização das mãos. Os pesquisadores basearam a conclusão na análise do surto do novo coronavírus em um navio de guerra americano USS Theodore Roosevelt.
Fernando Chagas reforça que a importância do uso da máscara se reflete não só na transmissão por gotículas – porque a máscara serve de anteparo, impedindo que as gotículas sejam lançadas ao falar, tossir ou espirrar –, mas também a infecção de superfícies que, às vezes, sem máscara a pessoa acometida pela doença, assintomático, acha que não tem ou não transmite ao falar, acaba projetando sobre superfícies e estas servem de transmissores para pessoas que tocarem ou encostarem-se a elas.
Tipos de Máscaras – O infectologista do Hapvida lembra ainda que existem vários tipos de máscaras e que a efetividade de cada uma delas varia de acordo com a necessidade de uso. “As com filtros servem para profissionais de saúde que estão manipulando pacientes que estão fazendo algum tipo específico de intervenção no paciente, a exemplo da NR95, PFF1, PFF2, PFF3. As máscaras cirúrgicas são para os profissionais de saúde ou profissionais que atuam em hospitais e que estão lidando com o paciente, e as que podem ser usadas pela população em geral são as de tecido ou TNT”, explica.
Já as máscaras que deixam a lateral aberta e que se assemelham a um visor, de acordo com o médico, são perigosas para transmissão do vírus. “Basta a pessoa infectada espirrar que são lançadas gotículas e até aerossóis para todos os lados, inclusive para as laterais. Então, o ideal é uma máscara que cubra totalmente a cavidade oral e nasal de uma ponta a outra”, frisa.
O especialista reforça mais que as máscaras, independente da finalidade de uso, precisam cobrir toda área do nariz e boca, de uma ponta a outra, para evitar que gotículas sejam lançadas quando alguém fala, tosse ou espirra. “Elas precisam estar ajustadas ao nariz para evitar que escape alguma coisa e não se esquecer da manipulação, evitando tocar pela parte de dentro e se tocar na parte de fora, lavar as mãos em seguida”, lembra.
Fernando Chagas recomenda que a máscara ao ficar úmida seja trocada imediatamente, independente da situação, porque a umidade aumenta a adesão de microrganismos na máscara, aumentando, consequentemente, o risco de infecção não só pelo coronavírus como por outros vírus e bactérias. “A máscara umedecida é um risco enorme!”, alerta e finaliza.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba