Um cajazeirense ganhou destaque nacional após firmar parceria com a empresa de tecnologia Nvidia. Raphael Sousa criou um protótipo de inteligência artificial para um carro autônomo, ou seja, um “cérebro” para um carro se guiar sozinho.
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O carro autônomo já é uma realidade. Nas ruas de Phoenix, nos Estados Unidos, os moradores só andam em veículos tradicionais se assim desejam. Há uma frota de táxis guiados por robôs, que desde dezembro último podem ser acionados pelos habitantes da cidade por meio de um aplicativo. O pioneirismo coube à Waymo, que nasceu como um projeto do Google e hoje opera de forma independente. Entre empresas líderes em tecnologia e grandes montadoras de automóveis, passando por fornecedoras de componentes e startups, há um ecossistema efervescente prestes a mudar o modo como as pessoas se locomovem em todo o mundo. Empresas de recrutamento no exterior oferecem milhares de vagas no setor, de engenheiros de carro autônomo a programadores e desenvolvedores de sistemas de navegação, radares e sensores. É um mercado em ascensão, e há uma geração de brasileiros pronta para aproveitar a onda: 31 deles se graduaram como engenheiros de carro autônomo na Udacity, a universidade do Vale do Silício fundada pelo alemão Sebastian Thrun (leia a entrevista abaixo), criador do Google X, o laboratório de pesquisa do gigante digital. Thrun foi também o pai do projeto do veículo sem motorista da empresa, esse mesmo que circula pelas ruas de Phoenix. Graças a ele, 2 400 profissionais já se formaram pela Udacity com a missão de continuar seu legado.
É isso mesmo que esses jovens brasileiros querem. A maioria atuava na área de engenharia, mas queria dar um passo além. É o caso de Fernando Damasio, de 35 anos, que fundou no Vale do Silício a Data Riders, uma startup que coleta dados por meio de sensores instalados em veículos convencionais em diversos países. As informações são utilizadas para o desenvolvimento dos carros autônomos, para prever eventos como o comportamento de pedestres e animais. Hoje ele comanda a Skoods, uma empresa que desenvolve carros de corrida autônomos. “Os profissionais do futuro precisarão ter capacidade de rápida adaptação ou ficarão à margem da transformação digital”, diz Damasio, que é engenheiro de controle e automação e estudou machine learning (aprendizado da máquina, ramo da inteligência artificial) antes de decidir fazer o curso de engenharia de carro autônomo. Outro exemplo é o de Alexandre Nogueira, que mora em Estocolmo. Engenheiro da computação, ele também fez o curso da Udacity e trabalha na sueca Ericsson, onde desenvolve novos negócios automotivos utilizando a “internet das coisas”, tecnologia que permite a transmissão de dados em tempo real a partir dos veículos.
Há mercado para esses profissionais também no Brasil. Rafael Barreto Lopes, de 30 anos, engenheiro eletricista, conseguiu dar um salto na carreira depois de diplomar-se na Udacity. “Queria mudar de área e decidi fazer um curso voltado para o futuro que fosse relacionado com projetos e tivesse aplicação prática”, conta. Hoje ele atua como pesquisador no Senai Cimatec, em Salvador, e desenvolve robôs autônomos para uso em plataformas marítimas na indústria de petróleo e gás natural.
Raphael Sousa, de 32 anos, por sua vez, criou um grupo de robótica para alunos do ensino médio em sua cidade natal, Cajazeiras, na Paraíba. Para isso, contou com o apoio da americana Nvidia, uma das empresas que lideram o desenvolvimento de inteligência artificial no mundo, para montar um protótipo de um minicarro autônomo. São histórias que começam a ficar mais frequentes em todo o país.
https://veja.abril.com.br/tecnologia/engenheiros-do-futuro/
Fonte: Polêmica Paraíba e Veja
Créditos: Polêmica Paraíba e Veja (Marcelo Sakate e Flávio Ismerim)