A Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB) promoveu, dia 28 de junho, o XX Encontro de Magistrados Paraibanos. Com o tema “Poder Judiciário: dos recursos humanos aos tecnológicos, uma constante busca pelo aperfeiçoamento”, o destaque do evento foi a palestra do desembargador Marcos Alaor Diniz Granjeia, de Rondônia, que apresentou aos participantes a experiência da aplicação da Inteligência Artificial no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), que desenvolveu um sistema próprio para utilizar o artificio que simula a capacidade humana de raciocinar, perceber e resolver problemas.
Em sua palestra, o desembargador Marcos Alaor contou um pouco da criação do Sinapse, nome dado ao sistema, e deu exemplos claros de como a Inteligência Artificial tem contribuído com o trabalho do Poder Judiciário de Rondônia. “O uso da Inteligência Artificial no Judiciário está apenas no começo. O que se pretende é trazer mais celeridade para a Justiça porque nós não estamos conseguindo fazer frente ao volume de serviço que se tem dentro do Judiciário apenas com a inteligência humana. Por outro lado, a IA deve ser entendida como uma ferramenta de auxílio e não de substituição do magistrado”, disse.
A presidente da AMPB, juíza Aparecida Gadelha, lembrou que este ainda não é um recurso utilizado na Paraíba. “Porém, precisamos discutir meios e mecanismos que colaborem com a celeridade e eficiência da Justiça, por isso trouxemos à tona este tema, para colaborar, como sempre, com a implantação de melhorias no serviço prestado pelo Judiciário paraibano”, acrescentou a magistrada.
O juiz Pedro Davi (titular da Comarca de Água Branca) parabenizou a AMPB pela iniciativa e pelos temas discutidos no evento. Ele explicou que tem usado alguns mecanismos na sua unidade, mas ressaltou a importância de nunca permitir que a máquina decida pelo juiz, que, para ele, é insubstituível. “Quando a gente tem o primeiro contato com a tecnologia, a vontade que temos é implantar imediatamente, mas é importante fazer estas ponderações sobre a segurança e o papel do magistrado nesse processo para utilizá-la de forma responsável”.
“O tratamento de dados é coisa muito séria. Estamos numa encruzilhada. Um temor racional desse possível descontrole, por outro lado, um temor de ficarmos para trás”. Enfatizou João Batista Barbosa (Titular da Comarca de João Pessoa), sobre o uso racional da Inteligência artificial sem que isso cause medo de sair da ética.
A 20ª edição do evento realizado pela AMPB também contou com palestra de Kau Mascarenhas, do PRO-SER – Instituto Para o Desenvolvimento Integral do Ser. Ele trouxe para o público outro tema igualmente importante para os magistrados: a saúde emocional. O conferencista é especialista em palestras com enfoque em desenvolvimento humano e abordou aspectos importantes como autoconhecimento e motivação.
O palestrante, que já teve a oportunidade de falar para profissionais de diversas áreas relacionadas com o aspecto jurídico, conta que é sempre muito desafiador porque se trata de um público diariamente submetido a muita pressão sob o ponto de vista das emoções. “Estou falando para seres humanos cujo trabalho vai tocar muitas vidas, então uma iniciativa como essa de trazer o tema para este evento é muito meritória”.
A presidente da AMPB, a juíza Aparecida Gadelha, ficou bastante satisfeita com o resultado do evento e pontuou a importância dos temas escolhidos para as palestras. “Esse encontro, que é realizado a cada três anos, foi pensado para que a magistratura possa discutir as suas causas. Os associados elegeram os dois temas que foram abordados esta noite e cujas questões nos são tão caras: saúde emocional e inteligência artificial”, finalizou.
O presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, concordou que “é necessário esse contato presencial, para que nós gestores possamos ouvir dicas, sugestões e críticas de colegas. Essa aproximação entre juízes e gestores vai fazer o Judiciário melhorar a proatividade”, declarou durante a abertura do evento.
Fonte: Ima Comunicação
Créditos: Ima Comunicação