
Paraíba - Medicamento indicado para diabetes vira tendência entre parlamentares e personalidades da Paraíba por seus efeitos na perda de peso
Um levantamento recente revelou que o uso do medicamento Mounjaro, originalmente indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, ganhou força entre nomes conhecidos da política paraibana. O motivo não é sua função terapêutica, mas sim o efeito colateral mais desejado do momento: o emagrecimento.
Entre os usuários estariam deputados federais e estaduais, como Murilo Galdino, Hugo Motta, Adriano Galdino, Eduardo Carneiro, Camilla Toscano, Tanilson Soares e Eduardo Brito. O grupo, segundo apuração de bastidores, teria recorrido ao fármaco para controlar o peso de forma mais eficiente, uma tendência que já tomou conta de celebridades, executivos e políticos em todo o Brasil.
Além dos parlamentares, outras figuras públicas da Paraíba também estariam utilizando o medicamento. Entre eles, o comunicador e ex-candidato a prefeito de Santa Rita, Nilvan Ferreira, o empresário Gustavo Feliciano (filho da ex-vice-governadora Lígia Feliciano), o ex-deputado Jullys Roberto e o vereador Flávio Planta, também de Santa Rita.
O que é o Mounjaro?
O Mounjaro é o nome comercial da tirzepatida, um medicamento injetável de uso semanal aprovado no Brasil pela Anvisa em 2023. Embora seja indicado para o controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 2, a tirzepatida tem ganhado notoriedade por promover uma perda de peso significativa. Em tratamentos prolongados, essa redução pode ultrapassar 20% do peso corporal.
O remédio atua na regulação do apetite e na saciedade, reduzindo o consumo calórico diário. Por isso, vem sendo prescrito — com ou sem aprovação oficial para esse fim — a pacientes com obesidade ou sobrepeso com comorbidades. A procura por ele aumentou vertiginosamente desde que personalidades globais começaram a relatar seus resultados.
Uma escolha estética ou de saúde?
Apesar da popularidade crescente, o uso do Mounjaro para fins estéticos levanta debates éticos e médicos. Nesse sentido, especialistas alertam que o medicamento não é isento de riscos. Por isso, seu uso deve ser feito com prescrição médica e acompanhamento clínico. Entre os possíveis efeitos colaterais mais comuns, estão náuseas, vômitos, dores abdominais e alterações gastrointestinais.
Para muitos políticos, no entanto, o medicamento representa uma forma de enfrentar a rotina intensa de eventos, viagens e exposições públicas. A estética, nesse contexto, também surge como um fator de pressão. Em tempos de redes sociais e alta exposição, a imagem tem ganhado peso equivalente ao discurso.
Mercado aquecido e acesso limitado
Além disso, o sucesso do Mounjaro também tem provocado verdadeiras corridas às farmácias e denúncias de uso indevido. Em consequência disso, em algumas regiões, o medicamento chegou a ficar em falta, e o preço — que pode ultrapassar os R$ 1.000 por mês — continua sendo um obstáculo para grande parte da população. Por outro lado, a popularização do seu uso entre figuras públicas acaba por alimentar um mercado paralelo e uma demanda crescente, nem sempre orientada pela medicina.