história de vida

Em relato emocionante, Eliezer Rolim diz que ter sido abandonado pelo pai quando criança fez ele se tornar quem foi: "o veneno quando não mata, enche de vitaminas" - VEJA VÍDEO

Ao receber a maior honraria da Câmara Municipal de Cajazeiras em agosto de 2018, o cineasta e teatrólogo, Eliezer Rolim, que faleceu na última terça-feira em um hospital de João Pessoa, contou um pouco sobre sua experiência de vida na sua cidade natal e também falou sobre as dores e benefícios de ter sido abandonado pelo seu pai quando criança.

Em uma relato emocionante, o teatrólogo inicia sua fala agradecendo a honraria e a oportunidade, e deixou claro que “é o agradecimento que faz a gente prosperar”.

Eliezer conta que Cajazeiras foi onde ele teve suas primeiras alegrias, suas primeiras perdas, foi onde sofreu os seus primeiros preconceitos e foi onde teve suas primeiras dores, que se tornaram eternas.

O cineasta fala que perdeu o seu pai aos 5 anos de idade, ele abandonou a família quando perdeu tudo para o álcool e as mulheres e não reconheceu os filhos. Eliezer conta que naquele momento sua mãe foi uma fortaleza, passou de muito rica para muito pobre, começando a refazer a vida do zero no sítio.

O artista disse que depois dessa sua primeira perda ele conheceu a natureza e não conseguiu sofrer com a ida do pai porque ele tinha os pássaros e os rios para acompanhar e se acostumou com aquela vida no sítio, ao voltar para a cidade, Eliezer viu como era difícil conviver com as pessoas.

“Meu pai era Rolim, eu não assinava Rolim porque eu não reconhecia meu pai”, contou o ator que aos 40 anos começou a fazer um filme e foi levantar pesquisas sobre o homem que seria o seu pai. Eliezer conseguiu chegar até o seu pai, que morava em Belém do Pará, e ele conta que ali conheceu o seu verdadeiro pai, uma outra versão da vida dele.

“Eu só conhecia a versão de bandido, de homem perdido… Esse conhecimento do meu pai mudou minha vida”.

Emocionado, Eliezer disse que o seu pai o ensinou deixando sofrer na chuva, porque o veneno quando não mata, ele enche de vitaminas e fortalece. E foi isso o que aconteceu, ser abandonado pelo seu pai fez ele ser quem ele foi. Por isso, na sua fala, Eliezer diz: “eu agradeço a esse homem que nos abandonou”.

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba