A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou, nesta quinta-feira (25), um ofício circular com alerta para medidas de prevenção da raiva humana. A Paraíba registrou nessa quarta-feira (24) um caso confirmado e grave da doença, após cinco anos sem apresentar este tipo de ocorrência. A revelação foi feita pela Vigilância em Saúde da SES.
Os casos de leishmaniose também vêm aumentando na Capital e em outros municípios paraibanos, segundo médicos veterinários e profissionais de saúde da área. A doença que estava controlada, aparentemente, como a raiva, vem ressurgindo com mais força devido a falta de prevenção e orientação de órgãos competentes.
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida para os humanos pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura ou lambedura desses animais. O vírus ataca o Sistema Nervoso Central.
O caso de raiva humana foi detectado no mês de abrir, no município de Riacho dos Cavalos, no Sertão da Paraíba, quando uma idosa de 68 anos foi mordida na mão por uma raposa. A vítima teve que amputar parte do membro. O resultado do exame de laboratório foi divulgado na quarta-feira (24) pelo Instituto Pasteur e detectou: variante viral característica canídeos silvestres.
“A raiva uma doença extremamente aguda e com letalidade de 99,9%. Com base em orientações do Ministério da Saúde, a SES alerta a população para que redobre os cuidados preventivos, principalmente no trato de cães e gatos domiciliados, semi-domiciliados e de rua, além de outros animais como bois, porcos e cavalos. É muito importante evitar ao máximo os acidentes com esses animais e animais silvestres”, alertou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares.
No Brasil e no mundo, os cães ainda são considerados responsáveis por mais de 90% da exposição do homem ao vírus da raiva e por mortes em seres humanos pela doença.
“No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Se for uma possível exposição ao vírus da raiva, é imprescindível a limpeza do ferimento com água corrente abundante e sabão ou outro detergente, em seguida antissépticos. A limpeza cuidadosa tem que ser feita o mais rápido possível após a agressão e repetida na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido”, orientou o chefe do Núcleo de Zoonoses da Secretaria, Francisco de Assis Azevedo.
A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que, consequentemente, previne também a raiva humana. Deve-se sempre evitar se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. A SES orienta, ainda, a nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
“As vacinas antirrábicas estão disponíveis nas 12 Gerências Regionais de Saúde da Paraíba. Já o soro antirrábico humano fica disponível nas unidades de referência: Hospital General Edson Ramalho (João Pessoa), Hospital Regional de Trauma Dom Luiz Gonzaga (Campina Grande), Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro (Patos) e no Hospital Regional de Cajazeiras”, informou Assis.
Leishmaniose
Um caso de leishmaniose aguda foi constatada com a morte de um cão da raça Cocker Speniel, de apenas 4 e 5 meses, na semana passada. A dona do animal, Solange Delfim, que reside no bairro do Castelo Branco, informou que seu cãozinho vomitava tudo o que comia, estava muito sonolento, com os olhos amarelados e, nos últimos dias, antes de falecer, ele começou a ter diarreia com sangue.
Solange contou que, de madrugada, levou o cão para uma clinica veterinária, onde a médica de plantão achou melhor internar o animal, que um dia depois teve que ser sacrificado, uma vez que o parasita da doença já havia infectado seus rins, fígado, pâncreas e o baço. O profissional de saúde, que não quis se identificar, revelou que o número de casos tem aumentando nos últimos meses.
Leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários parasitários do género Leishmania transmitidos pela picada de insetos da subfamília dos flebotomíneos. Existem três tipos principais: leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea e leishmaniose visceral. Também é conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun.
Visceral
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros.
No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis.
Esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. O ciclo biológico do vetor ocorre no ambiente terrestre e passa por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto (forma alada). Desenvolvem-se em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo).
A alimentação é predominantemente noturna. Tanto o macho quanto a fêmea tendem a não se afastar muito de seus criadouros ou locais de abrigo, podendo se deslocar até cerca de um quilômetro, com a expressiva maioria não indo além dos 250 metros.
Raposas (Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous) e marsupiais (Didelphis albiventris), têm sido incriminados como reservatórios silvestres. No ambiente urbano, o cão é a principal fonte de infecção para o vetor, podendo desenvolver os sintomas da doença, que são: emagrecimento, queda de pêlos, crescimento e deformação das unhas, paralisia de membros posteriores, desnutrição, entre outros.
Fonte: Paraíba.com
Créditos: Paraíba.com