Opinião

Em artigo no Estadão, João Azevêdo destaca desempenho das escolas da Paraíba na pandemia; CONFIRA

O ano de 2020 foi, sem dúvida, desafiador para todos nós. Na educação, foi necessário um esforço extra para oferecer recursos e garantir aos nossos estudantes a continuidade do ensino. Esforço já reconhecido por um estudo recente da Fundação Getulio Vargas sobre a eficiência dos programas de educação pública remota durante a pandemia do Covid-19. Enquanto a média das redes estaduais foi de 2,38, a Paraíba obteve 6,0 – a melhor do Brasil.

O ano de 2020 foi, sem dúvida, desafiador para todos nós. Na educação, foi necessário um esforço extra para oferecer recursos e garantir aos nossos estudantes a continuidade do ensino. Esforço já reconhecido por um estudo recente da Fundação Getulio Vargas sobre a eficiência dos programas de educação pública remota durante a pandemia do Covid-19. Enquanto a média das redes estaduais foi de 2,38, a Paraíba obteve 6,0 – a melhor do Brasil.

Ao que tudo indica, esse bom desempenho não é um fato isolado e está associado a outras iniciativas promissoras do estado rumo a uma formação de qualidade para os nossos jovens. A principal delas é o investimento na expansão das Escolas Cidadãs Integrais (ECI).

A partir deste mês de março, início do novo ano letivo, todos os 223 municípios paraibanos terão, ao menos, uma ECI com vagas no ensino médio em tempo integral. Serão no total 302 escolas, o que representa 67% das unidades de ensino médio da rede estadual e nos leva, em um período de apenas cinco anos, ao 1º lugar no ranking do Brasil em percentual de escolas com jornada superior a sete horas diárias.

Até então Pernambuco, pioneiro em 2004 na implantação do modelo integral focado no protagonismo juvenil e referência para a elaboração da política de fomento do Ministério da Educação, ocupava essa posição de destaque.

A ampliação do número de escolas na Paraíba também antecipa o nosso compromisso com as metas previstas no Plano Nacional de Educação e no Plano Estadual de Educação. Os documentos estabelecem a oferta de educação integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas até 2024. Felizmente, ultrapassamos esse percentual três anos mais cedo.

Mas por que o ensino integral? Vejamos alguns números para compreender o impacto. Entre as edições de 2017 e 2019, a Paraíba registrou a 5ª maior taxa total de crescimento (16%) e o maior aumento em proficiência (12%) no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), principal indicador da qualidade do ensino brasileiro.

O rendimento pode ser creditado à expansão do programa na rede e à metodologia baseada em uma grade mais ampla, com aulas da Base Nacional Comum Curricular e disciplinas diversificadas e conectadas à realidade dos jovens como projeto de vida, eletivas e estudos orientados.

Dessa forma, em 2019, as Escolas Cidadãs Integrais obtiveram média de 4,2 no Ideb, enquanto o resultado das escolas regulares foi de 3,5. Soma-se a isso o fato de as unidades que eram regulares em 2017 e foram convertidas para o modelo integral até 2019 apresentarem evolução significativa na média (34,5%) quando comparadas com as que permaneceram regulares (11,1%).

As escolas integrais também conquistaram notas melhores nas provas de Matemática (278,48) e Língua Portuguesa (282,89). Nas de tempo parcial, as notas foram 261,05 e 264,50, respectivamente. Os estudantes das ECIs são ainda menos propensos a abandonar os estudos (4,4%) do que os matriculados nas escolas regulares (7,1%) e a taxa de reprovação é menor: 9,1% contra 11,8%.

Dois outros dados revelados pelo Ideb reforçam que estamos no caminho certo e podemos, enfim, reverter o histórico de desigualdade imposto ao nosso estado.

Das nove escolas integrais (com duração superior a 420 horas semanais) com maior crescimento no país, seis são da Paraíba. Destaque para a ECIT Melquiades Vilar, no município de Taperoá, cujo avanço foi de 115%, entre as avaliações de 2017 e 2019.

Além disso, as escolas integrais classificadas nos níveis socioeconômicos “mais baixo” e “baixo” alcançaram médias superiores às regulares de mesmo perfil. É o caso da própria Melquiades Vilar, da ECI Benjamin Maranhão (Araruna) e da ECIT Obdulia Dantas (Catolé do Rocha). Todas superaram a meta (4,2) estipulada para o Ensino Médio do estado.

Por esses motivos, apesar de todos os desafios causados pela pandemia, optamos por dar um passo ainda mais largo em 2021. Fazemos isso de forma planejada e porque acreditamos, sim, nas oportunidades que uma educação cidadã e integral pode oferecer a todos.

*João Azevêdo, governador da Paraíba (Cidadania)

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba